Vencedores…
Marcelo Rebelo de Sousa
Ficou muito aquém do recorde de Mário Soares com que sonhou praticamente durante todo o primeiro mandato, mas é, de forma clara, o grande vencedor das Presidenciais 2021. Porque foi reeleito para mais cinco anos em Belém, ganhando em todo o país e com mais 125 mil votos do que em 2016, apesar da pandemia.
André Ventura
Não chegou para ser segundo, mas não ficou muito longe quando, à partida, todos se riam do objetivo que assumiu e o julgavam a lutar com Marisa Matias e João Ferreira pelo 3.º ou 4.º lugar. Polarizou o voto de descontentamento e mostrou que lá tem as suas razões para afirmar que esta direita dificilmente chegará ao poder sem o Chega.
Tiago Mayan (e Tino de Rans)
oi para alguns marcelistas desiludidos e comentadores da nossa praça uma agradável surpresa, apesar da manifesta falta de empatia comunicacional e da insuficiência argumentativa. Dá um novo folegozinho à Iniciativa Liberal, mas não foi além do patamar de Vitorino Silva, que voltou a ter um resultado digno de registo para um ‘homem simples e do povo’.
António Costa
Conquistou a chefia do Governo perdendo nas urnas e agora comete a proeza de ganhar eleições com falta de comparência. Mas a verdade é que o resultado das presidenciais dificilmente poderia ser mais favorável ao primeiro–ministro, pela fragilização da alternativa à sua direita e, em particular, das forças políticas à sua esquerda.
Vencidos…
Não é só a votação do líder do Chega que deve preocupar a extrema-esquerda: os resultados dos candidatos do BE e do PCP foram desastrosos. Mas Rui Rio também não tem motivos para rir.
Ana Gomes
Teve o prémio de consolação de ter conseguido o 2.º lugar e batido o resultado de Marisa Matias de há cinco anos, tornando-se a mulher mais votada em presidenciais. Mas ficou muito abaixo de outros candidatos da área socialista que também não contaram com o apoio do partido, como Sampaio da Nóvoa ou Manuel Alegre.
João Ferreira
Com votação idêntica à de Edgar Silva em 2016, o resultado do cabeça-de-lista da CDU nas últimas europeias e nas autárquicas passadas em Lisboa foi um desastre eleitoral para o PCP. Ou seja, nem com os votos de muitos socialistas o jovem mais promissor do partido pode considerar-se uma esperança para a revitalização do PCP. Pelo contrário.
Marisa Matias
Cedo se percebeu que a candidatura bloquista não tinha a frescura de 2016 e que a candidata iria pagar a fatura da conduta errática e oportunista do BE em matéria de Orçamento do Estado para 2021. E pagou, e bem. Nem o facto de André Ventura lhe ter feito o favor de motivar a campanha dos lábios vermelhos a livrou de pesada derrota.
Rui Rio
Na noite da maior derrota da esquerda em eleições presidenciais, um dos principais derrotados foi… o líder do PSD. Com o crescimento de André Ventura acima dos dois dígitos, dificilmente esta direita voltará ao poder sem o Chega. Sobretudo se o líder da oposição não for mobilizador e carismático. E Rui Rio não o é.