Duas variantes confirmadas O Instituto Ricardo Jorge confirmou na sexta-feira à noite a presença da variante sul-africana em Portugal. Foi detetada numa pessoa natural de África do Sul, diagnosticada a 7 de janeiro. Sabe-se agora que pelo menos duas das variantes de especial preocupação pela maior transmissibilidade já entraram no país. Só ainda não foi detetada a nova variante brasileira, o que não quer dizer que não esteja também a circular no país.
Variante inglesa ainda não é dominante O INSA estima que a variante inglesa representou na semana de 11 a 17 de dezembro 13% dos casos, com tendência a tornar-se dominante. Ainda assim, isto significa que a maioria dos novos casos que têm sido diagnosticados no país nas últimas semanas não estão ligados à nova variante. Portugal é agora o país com mais novos casos e mais mortes por milhão de habitantes nos últimos sete dias. Em segundo lugar está o Reino Unido mas, segundo a informação disponibilizada pelo ECDC também na sexta-feira ao fim do dia, lá a nova variante tem um peso de 70% nas amostras analisadas. Portugal enfrenta um risco de maior transmissão numa altura em que já tem a maior incidência a nível europeu.
Alerta do Reino Unido Além de mais contagiosa, as autoridades britânicas dizem agora que há indícios de a variante detetada no Reino Unido ser mais agressiva. Boris Johnson anunciou que pode ser 30% mais letal com base nos estudos preliminares feitos no país.
Máscaras de pano começam a ser postas de lado Com a disseminação de novas variantes mais contagiosas, vários países europeus começaram a desaconselhar o uso de máscaras comunitárias, com menor capacidade de filtragem, nos espaços públicos. França, Alemanha e Áustria fizeram novas recomendações. Na Baviera, passou a ser obrigatório o uso de máscaras FFP2 (até aqui reservadas a profissionais de saúde).
Atrasos nas vacinas A autorização europeia da terceira vacina da covid-19 é esperada esta semana mas a AstraZeneca já anunciou que não vai cumprir com a distribuição de doses previstas para fevereiro e março. O coordenador da task-force nacional de vacinação confirmou que Portugal é afetado e só deverá receber 700 mil doses dos 1,4 milhões previstos. Francisco Ramos admitiu que ainda assim se espera concluir a primeira fase de vacinação até abril, mas fica ainda mais afastada a hipótese de iniciar a segunda fase mais cedo.
Plano de vacinação Na primeira fase da vacinação está prevista a vacinação de 950 mil portugueses, cerca de 250 mil utentes e funcionários de lares, 300 mil profissionais de saúde e 400 mil doentes de risco definidos como prioritários. Até sexta-feira tinham sido dadas 212 mil vacinas em Portugal e 25 mil pessoas tinham feito já as duas doses. Durante o fim de semana receberam a segunda dose mais profissionais de saúde, tanto no Porto como em Lisboa. No Hospital de São João receberam a segunda dose da vacina 2382 profissionais. No Centro Hospitalar Lisboa Norte estão também a ser administradas segundas doses. A última semana de janeiro começa com cerca de 3% do contingente da primeira fase com as duas doses tomadas. Até ao final de janeiro estava prevista a vacinação completa de 139 mil pessoas, 21 mil profissionais de saúde e 118 mil residentes e funcionários de lares, ou seja, 14% da primeira fase.
Panorama europeu Portugal é desde a última semana o país com mais novos casos por 100 mil habitantes nos últimos sete dias e passou a ser também este fim de semana o país com mais mortes reportadas por milhão de habitantes também quando se tem em conta os últimos sete dias.