O ex-presidente da República Aníbal Cavaco Silva, que exerceu o cargo durante 10 anos, entre 2006 e 2016, votou para as eleições presidenciais este domingo à tarde, pelas 16h30, em Lisboa, pedindo aos portugueses para não baixarem os braços em tempos de pandemia de covid-19.
"Estas eleições ocorrem num tempo anormal, um tempo de grande tristeza. A normalidade da vida está suspensa e nós não sabemos quando volta à normalidade. É um tempo em que a dor e o sofrimento atingem muitos milhares de portugueses. Uma tragédia que faz com haja pouco espaço para pensar as eleições. Mas é preciso votar. Não podemos baixar os braços neste tempo tão difícil e os portugueses estão a demonstrar grande civismo", começou por dizer, aludindo ao facto de a afluência às urnas até às 12h00 ter sido de 17,07% – percentagem superior àquela que foi registada nas eleições de 2016 e 2011.
Questionado sobre a percentagem elevada de abstenção que se previa devido à covid-19, Cavaco Silva sublinhou que os portugueses têm vindo a cumprir o seu dever cívico. "Era bom que as previsões da abstenção não se concretizassem. Os portugueses estão a fazer um esforço, numa altura de grande sofrimento, para irem votar e cumprir o dever cívico. E eu não podia deixar de o cumprir. Esperemos que os números de abstenção previstos não se concretizem", concluiu.
Às eleições, recorde-se, concorrem sete candidatos – Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP), Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, João Ferreira (PCP e PEV) e Ana Gomes (PAN e Livre).