Berlin Alexanderplatz
A partir das histórias de um refugiado em situação ilegal que, de forma honesta, procura reorganizar a sua vida em Berlim a sua sorte em Berlim e da de um criminoso alemão que se oferece para seu mecenas mas tem para ele planos arriscados, Burhan Qurbani construiu Berlin Alexanderplatz. Longa-metragem estreada na competição da edição do ano passado da Berlinale com o luso-guineense Welket Bungué como protagonista. Além de ter estado nomeado com este papel na categoria de melhor ator dos prémios do cinema alemão, Bungué foi com ele distinguido no Festival de Cinema de Estocolmo. É o filme de abertura desta edição. Nesta quinta-feira, a partir das 21h.
Deutschlandreise
Deutschlandreise – Ein Roadmovie zwischen Gestern und Heute é, como o título indica (Viagem pela Alemanha – Um Road Movie Entre Ontem e Hoje, em português) uma viagem pela história do país em que o mundo se dividiu um dia em dois blocos. Essa história conta-a Wolfgang Ettlich neste documentário que tem aqui a sua estreia nacional com uma viagem iniciada em 1990, logo depois da queda do Muro de Berlim, pela até então República Democrática Alemã, mais outra realizada quase 30 anos mais tarde, à procura dos mesmos lugares e das mesmas pessoas nesse território outrora conhecido como Alemanha de Leste.
Rival
Depois da morte da avó com quem vive na Ucrânia, um rapaz de 9 anos parte para a Alemanha à procura da sua mãe, que o deixou à procura de um futuro melhor naquele país, onde trabalha como governanta e enfermeira, mas de forma ilegal. À chegada, terá de partilhar a sua atenção com a do homem para o qual a mãe trabalha, recentemente enviuvado e para quem ela não é apenas uma empregada. Rival é a segunda longa-metragem de Marcus Lenz, conhecido sobretudo pelo seu trabalho como diretor de fotografia, em mais de 15 anos. Uma produção alemã distinguida com o Prémio de Fomento Novo Cinema Alemão na edição de 2020 do Hofer Filmtage.
Futur Drei
Histórias de Instagram, de namoros no Grindr, de prestação de serviço comunitário num abrigo para refugiados, de amor proibido, de bebedeiras em festas com novos amigos e a constatação de que a procura por alguma coisa a que possa chamar-se casa terá um significado diferente para cada pessoa. Futur Drei (No Hard Feelings, no título em inglês) é o filme que Faraz Shariat, realizador e e ator alemão de ascendência iraniana que diz de si próprio ser mais um ativista do que um cineasta, levou ao último Festival de Cinema de Berlim, onde foi distinguido com o Teddy Award de Melhor Longa-metragem.
Flatland
Uma produção entre África do Sul, Alemanha e Luxemburgo (dois dos países cujas embaixadas se associam ao Goethe Institut português na Kino) sob a direção de Jenna Cato Bass, realizadora, fotógrafa e escritora sul-africana, e que venceu o prémio de Melhor Filme Africano no Festival de Cinema de Joanesburgo de 2019. Flatland é a história de duas raparigas e um cavalo, com uma mulher com um revólver no seu encalço. Pelo caminho, cruzar-se-ão com várias outras personagens neste que é descrito como um “western selvagem e feminista” pelas planícies da África do Sul e que tem nesta edição da mostra de cinema em língua alemã a sua estreia nacional.
In the Name of Scheherazade
De Narges Kalhor, cineasta que, apesar de filha de Mehdi Kalhor, conselheiro para os media e a cultura do ex-presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, se vem tornando conhecida pela posição anti-regime que vem assumindo na sua obra, chega-nos nesta 18.ª da Kino Em Nome de Xerazade ou O Primeiro Biergarten em Teerão. Um documentário a servir-se dos artifícios da ficção que Kalhor constrói numa teia de histórias de personagens que se mudaram para a Alemanha para escapar às duras circunstâncias dos seus países de origem intercaladas com a luta de uma Xerazade à procura do seu próprio filme.
Becoming Black
De Ines Johnson-Spain, um filme para a história de uma mulher que, com uma pele mais escura do que a dos seus pais (na verdade, do que a norma na Berlim Oriental da década de 1960) e à qual nunca foi apresentada uma explicação para esse facto, só tarde na vida descobrirá qual a sua verdadeira origem. Uma intensa busca pela identidade que é na verdade a busca da realizadora que, neste filme contado na primeira pessoa em busca das suas próprias raízes, acabará por descobrir a identidade negra que lhe foi escondida durante toda a vida, mas que é a sua.
Exil
A história de um engenheiro farmacêutico nascido no Kosovo entre a discriminação constante de que é alvo no local de trabalho. Constantemente obrigado a soletrar um nome que ninguém compreende, nem quando ratos mortos começam a aparecer-lhe na caixa do correio será levado a sério, pelo contrário. É acusado de paranóia. Entre o thriller psicológico e o drama social, Exil, uma produção alemã da autoria de Visar Morina e que tem nesta Kino a sua primeira exibição em Portugal, foi já distinguido com o prémio alemão de Argumento em 2018 e com uma Lola de Ouro de Melhor Filme no Festival de Cinema de Sarajevo de 2020.