O resultado e as leituras sobre as eleições autárquicas no Porto vão depender – e muito – do facto de Rui Moreira, atual autarca da Invicta, se recandidatar ou não. A estratégia dos dois maiores partidos, PS e PSD, pode também variar conforme os cenários. Certo é que do lado dos sociais-democratas, o líder do PSD, Rui Rio, já sondou o eurodeputado Paulo Rangel, mas não assumiu qualquer compromisso (disse-o ao Público esta semana). Até janeiro, a ordem na direção do PSD é a de que nada avança no processo eleitoral autárquico. Mais: ainda não houve sequer a reunião final entre PSD e CDS para afinar e decidir o número de coligações autárquicas.
De realçar que a concelhia do CDS do Porto anunciou o seu apoio a Rui Moreira logo em setembro, caso o autarca queira recandidatar-se. Porém, na altura, os centristas do Porto pediram uma espécie de frente de direita para aquela autarquia.
O processo do caso Selminho, com quase duas décadas, acabou por resultar há duas semanas na acusação a Rui Moreira pelo crime de prevaricação. O Ministério Público solicitou mesmo a perda de mandato do autarca, O visado já avisou que a acusação é «descabida» e «infundada», ou seja, uma autêntica peça de «combate político» – um sinal de que Rui Moreira pode estar tentado a concorrer a mais um mandato. Os próximos meses o dirão.
Do lado do PS há um nome que tem sido equacionado, mas sem qualquer decisão. É o da deputada independente Rosário Gamboa, conforme avançou o Público. Outros nomes foram também avaliados, desde o líder da concelhia, Tiago Barbosa Ribeiro, ao atual eurodeputado Manuel Pizarro, mas também o secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro. Contudo, qualquer decisão só será tomada no próximo mês de março.