O Senado da Argentina debateu esta terça-feira a legalização do aborto numa jornada prevista para durar 12 horas, enquanto grupos pró-vida e grupos pró-aborto se manifestam para pressionar senadores indecisos que vão decidir uma votação com resultado imprevisível.
A partir das 16:00 em Buenos Aires (19:00 em Lisboa), a Argentina vai decidir se legaliza o aborto até a 14.ª semana de gravidez num debate previsto para terminar por volta das 4:00 da manhã (7:00 em Lisboa) de quarta-feira.
A sociedade argentina está, na sua maioria, contra o projeto. Mas, no Senado, a paridade é total. A pressão política e social sobre os senadores, especialmente sobre os cinco indecisos, envolve até a Igreja liderada por outro argentino: o Papa Francisco.
No lado esquerdo da praça do Congresso, frente ao Parlamento argentino, com lenços verdes, estão as militantes que defendem a legalização do aborto. Muitas passaram a noite em vigília para pressionar aos legisladores.
Se a votação terminar empatada, será a presidente do Senado a desempatar. Na Argentina, quem preside o Senado é sempre o vice-presidente, neste caso, Cristina Kirchner, que terá de escolher entre ficar bem com a sua militância, já que 57% dos seus eleitores são a favor, ou ficar bem o Papa Francisco.