A razão pode ser traduzida por entendimento e este, como é sabido, é subjetivo, ou seja, cada um entende conforme a sua cultura, o seu tipo de educação, a riqueza do seu léxico, a sua sensibilidade e até segundo os seus sentimentos.
Queremos dizer com isto que a interpretação de um ‘fenómeno’ qualquer, de um acontecimento, depende de tudo isto e por isso as interpretações dadas aos acontecimentos políticos e sociais, recentes, são muito díspares.
Mas, no entanto, não deixamos de notar um fenómeno de grande convergência de opiniões, acerca da situação político-social que se vive em Portugal.
G. Bernard Shaw dizia que “todo aquele que aos 20 anos não era comunista era porque não tinha coração (generosidade), mas aquele que aos 40 anos se mantivesse comunista era porque não tinha razão (entendimento).”
Nós o que queremos dizer é que esse entendimento é muito importante, no plano pessoal, mas é muito mais importante no coletivo, ou seja, é muito importante o que os outros pensam de nós, coisa que parece escapar à ‘razão’ dos políticos, pois parece que não têm empatia e não percebem o que se está a passar com os outros.
Ora nós queremos ter ’razão’, e acreditamos que temos ‘razão’ e por isso ficamos espantados com a falta de razão (entendimento) dos políticos em relação ao seu papel na sociedade.
É que, segundo a socióloga Eva Maria Lakatos, quem não tem essa noção, além de outras coisas, é um alienado.
Por isso daqui se apela aos políticos que se humanizem para ver se conseguem começar a perceber que a opinião dos cidadãos é fundamental para acertarem as suas políticas pelas necessidades do povo e não pelos seus ‘interesses’ pessoais, baseados na sua própria ‘razão’, já que ‘’há razões que a própria razão não entende”.