O novo mundo que podemos ser


Há um ano, nesta quadra natalícia, dedicava os meus pensamentos ao consumismo que invadia as nossas sociedades e as nossas vidas, onde o otimismo e o crescimento económico se faziam sentir através do consumo desenfreado próprio das épocas festivas em ciclos económicos positivos. Refletia como esse nosso comportamento irrefletido influencia negativamente a sustentabilidade dos ecossistemas…


Há um ano, nesta quadra natalícia, dedicava os meus pensamentos ao consumismo que invadia as nossas sociedades e as nossas vidas, onde o otimismo e o crescimento económico se faziam sentir através do consumo desenfreado próprio das épocas festivas em ciclos económicos positivos. Refletia como esse nosso comportamento irrefletido influencia negativamente a sustentabilidade dos ecossistemas e pressiona ainda mais os recursos naturais do planeta. 2019 foi o pior ano da história nesse particular e em que o “overshoot day” (dia em que a humanidade passa a consumir recursos do planeta à conta das gerações futuras) ocorreu em 29 de junho (pelos motivos conhecidos este ano existiu uma inflexão tendo sido em 22 de agosto).

Apesar das já existentes, mas escassas, notícias de Wuan, estávamos longe de imaginar a magnitude do que aconteceria durante o ano de 2020. Ninguém estava preparado. Ainda hoje se sente uma atmosfera de estupefação com tudo o que ocorre à nossa volta. As mais de 1 milhão de pessoas que morreram por conta do vírus, que se espalhou pelo mundo como se de uma pequena aldeia se tratasse, as pessoas nas ruas a circularem com as caras tapadas, apertos de mão e gestos de amizade e carinho evitados, empresas e postos de trabalho em risco por falta de clientes, as vidas de todos suspensas por riscos de contágio e rácios de transmissibilidade.

A humanidade com todos os seus defeitos, antagonismos e fraturas uniu esforços e a comunidade científica mundial conseguiu, aparentemente, dar a todos alguma esperança com a produção de uma vacina, que se espera eficaz. No entanto, não consigo evitar pensar se este vírus não será o prelúdio daquilo que será o futuro da vida neste planeta. As agressões que diariamente fazemos ao nosso planeta, exaurindo-o sem qualquer assomo de consciência, poderá, eventualmente, ser causador do surgimento destes vírus para além da catástrofe das alterações climáticas, pois todos equilíbrios existentes são mais frágeis que pensamos.

O Natal é celebrado em particular pelos cristãos que o associam ao começo de um tempo novo, devido ao nascimento de uma simples criança. Que sirva de inspiração para que  seja, então, o surgimento de um mundo melhor em que os mais fortes protegem os oprimidos, os mais ricos aceitem distribuir a sua sorte com aqueles que menos têm, os países industrializados e desenvolvidos do planeta apoiem as nações com menos capacidade e que a vacina possa chegar até todos os povos do mundo, independentemente da sua condição.

Que esta quadra natalícia marque o início de uma nova forma de consumo sustentável e não ditada apenas pela incerteza, constrangimentos e dificuldades económicas temporariamente sentidas.

Que as provações de todos, os esforços de muitos (especialmente os que deram a vida e os que diariamente a põem em risco para que outros possam continuar a viver) e o sofrimento dos familiares de todas as vítimas mortais sirva de algo mais profundo que uma memória longínqua no futuro depois da tormenta.

Celebremos, pois, a solidariedade, a fraternidade, as famílias e a saúde que temos e adotemos os comportamentos que permitirão continuar a salvar-se vidas e a presença da humanidade no mundo.

Boas Festas para todos.

Pedro Vaz

O novo mundo que podemos ser


Há um ano, nesta quadra natalícia, dedicava os meus pensamentos ao consumismo que invadia as nossas sociedades e as nossas vidas, onde o otimismo e o crescimento económico se faziam sentir através do consumo desenfreado próprio das épocas festivas em ciclos económicos positivos. Refletia como esse nosso comportamento irrefletido influencia negativamente a sustentabilidade dos ecossistemas…


Há um ano, nesta quadra natalícia, dedicava os meus pensamentos ao consumismo que invadia as nossas sociedades e as nossas vidas, onde o otimismo e o crescimento económico se faziam sentir através do consumo desenfreado próprio das épocas festivas em ciclos económicos positivos. Refletia como esse nosso comportamento irrefletido influencia negativamente a sustentabilidade dos ecossistemas e pressiona ainda mais os recursos naturais do planeta. 2019 foi o pior ano da história nesse particular e em que o “overshoot day” (dia em que a humanidade passa a consumir recursos do planeta à conta das gerações futuras) ocorreu em 29 de junho (pelos motivos conhecidos este ano existiu uma inflexão tendo sido em 22 de agosto).

Apesar das já existentes, mas escassas, notícias de Wuan, estávamos longe de imaginar a magnitude do que aconteceria durante o ano de 2020. Ninguém estava preparado. Ainda hoje se sente uma atmosfera de estupefação com tudo o que ocorre à nossa volta. As mais de 1 milhão de pessoas que morreram por conta do vírus, que se espalhou pelo mundo como se de uma pequena aldeia se tratasse, as pessoas nas ruas a circularem com as caras tapadas, apertos de mão e gestos de amizade e carinho evitados, empresas e postos de trabalho em risco por falta de clientes, as vidas de todos suspensas por riscos de contágio e rácios de transmissibilidade.

A humanidade com todos os seus defeitos, antagonismos e fraturas uniu esforços e a comunidade científica mundial conseguiu, aparentemente, dar a todos alguma esperança com a produção de uma vacina, que se espera eficaz. No entanto, não consigo evitar pensar se este vírus não será o prelúdio daquilo que será o futuro da vida neste planeta. As agressões que diariamente fazemos ao nosso planeta, exaurindo-o sem qualquer assomo de consciência, poderá, eventualmente, ser causador do surgimento destes vírus para além da catástrofe das alterações climáticas, pois todos equilíbrios existentes são mais frágeis que pensamos.

O Natal é celebrado em particular pelos cristãos que o associam ao começo de um tempo novo, devido ao nascimento de uma simples criança. Que sirva de inspiração para que  seja, então, o surgimento de um mundo melhor em que os mais fortes protegem os oprimidos, os mais ricos aceitem distribuir a sua sorte com aqueles que menos têm, os países industrializados e desenvolvidos do planeta apoiem as nações com menos capacidade e que a vacina possa chegar até todos os povos do mundo, independentemente da sua condição.

Que esta quadra natalícia marque o início de uma nova forma de consumo sustentável e não ditada apenas pela incerteza, constrangimentos e dificuldades económicas temporariamente sentidas.

Que as provações de todos, os esforços de muitos (especialmente os que deram a vida e os que diariamente a põem em risco para que outros possam continuar a viver) e o sofrimento dos familiares de todas as vítimas mortais sirva de algo mais profundo que uma memória longínqua no futuro depois da tormenta.

Celebremos, pois, a solidariedade, a fraternidade, as famílias e a saúde que temos e adotemos os comportamentos que permitirão continuar a salvar-se vidas e a presença da humanidade no mundo.

Boas Festas para todos.

Pedro Vaz