Fórmula 1. Mick Schumacher dá nova entrada na lista pais-filhos na prova

Fórmula 1. Mick Schumacher dá nova entrada na lista pais-filhos na prova


Após 9 anos, a categoria rainha do automobilismo voltará a contar com um Schumacher. Mick, filho de Michael, heptacampeão mundial, vai ser piloto da Haas em 2021. O jovem sagrou-se campeão de Fórmula 2, a antecâmara da F1.


Mick Schumacher prepara-se para acelerar para o maior desafio da sua carreira, depois de ter sido confirmado há cinco dias como uns dos pilotos da Haas para a temporada de 2021 da Fórmula 1. Ainda antes de um Schumacher voltar a integrar a classe rainha do automobilismo (9 anos depois), o filho de Michael, heptacampeão mundial da modalidade, deu que falar, este domingo, após sagrar-se campeão de Fórmula 2 na última corrida do ano do campeonato, o Grande Prémio do Bahrein (terminou em 18.º, resultado suficiente face ao 10.º lugar alcançado pelo rival direto na luta pelo título). O piloto de 21 anos junta este título ao da Fórmula 3 Europeia, conquistado em 2018, e despede-se da melhor forma da principal antecâmara da F1. Mick, sobrinho do também ex-piloto Ralf Schumacher, está a um pequeno passo de tornar-se o terceiro membro da família a competir entre os melhores pilotos do mundo. Além disso, Mick será o sexto filho de um campeão mundial a chegar à F1. Antes da dupla Schumacher, a categoria já teve os pares Keke e Nico Rosberg, Graham e Damon Hill, Nelson Piquet e Nelson Piquet Jr., Jack e David Brabham e Mario e Michael Andretti. Só dois conseguiram repetir o feito dos pais ao conquistarem o título mundial: são eles Damon e Nico. O piloto britânico sagrou-se campeão mundial pela Williams em 1996, tendo superado o companheiro de equipa Jacques Villeneuve e… Michael Schumacher (Ferrari). Filho do bicampeão mundial Graham Hill (1962 e 1968), Damon tornou-se à data o primeiro filho de campeão de Fórmula 1 a vencer um campeonato. Até 2016, os Hill foram mesmo os únicos a atingir este feito, já que só com o triunfo de Nico Rosberg a F1 voltou a coroar mais um filho de um antigo campeão. Keke havia conquistado um título mundial em 1982, pela Williams.

Há, de resto, apenas um caso em que o filho foi campeão e o pai não. O canadiano Jacques Villeneuve, filho de Gilles Villeneuve, venceu na temporada de 1997, após ter ultrapassado Michael Schumacher na última corrida do ano.

Seguir as pisadas do pai Fora do universo dos títulos, há vários outros exemplos de pilotos que seguiram o exemplo dos pais e tornaram-se membros efetivos da F1. Um dos casos mais conhecidos é o de Max Verstappen. Ao contrário do que acontece atualmente com o filho, Jos Verstappen teve uma passagem discreta na Fórmula 1: contou apenas com dois pódios nas oito temporadas que correu (nas duas ocasiões terminou em 3.º lugar). Entre 1994 (ano de estreia) e até à sua saída da prova rainha (2003), passou por sete equipas, tendo disputado 107 Grandes Prémios (e conquistado apenas 17 pontos). Já Max tornou-se aos 17 anos o mais jovem piloto a testar e, depois, a conduzir oficialmente um F1. Fez a sua estreia na categoria em 2015 (Toro Rosso), tendo conquistado a primeira vitória no ano seguinte, o GP da Espanha, na primeira corrida que fez pela Red Bull, sua atual equipa. Aos 23 anos, conta já com 9 vitórias, 41 pódios e 10 voltas mais rápidas. Com 118 GP’s disputados, apresenta-se como um dos rostos principais da modalidade, e, a par de Valtteri Bottas, como um dos grandes rivais de Lewis Hamilton, que conquistou já este ano o heptacampeonato, tendo igualado Schumacher no topo da lista dos pilotos mais titulados de sempre da F1. Também a competir na F1 pode ser encontrado o exemplo de Kevin Magnussen, que vai, aliás, despedir-se da categoria no final desta temporada, no próximo dia 11 de dezembro, com a etapa derradeira do Mundial a realizar-se no circuito de Yas Marina, em Abu Dhabi. O atual piloto da Haas é filho do ex-piloto Jan Magnussen. O dinamarquês correu na F1 entre 1995 e 1998, tendo realizado 25 GP’s (e um ponto).

Ainda nesta lista encontram-se os brasileiros Fittipaldi. O pai, Wilson Fittipaldi, disputou 35 GPs nos anos 70; enquanto o filho Christian participou em 40 corridas entre 1992 e 1994.

De sublinhar que, ontem, o GP de Sakhir, penúltima etapa do Mundial de 2020 da F1, marcou a estreia de Pietro Fittipaldi, o quarto representante da família Fittipaldi na categoria. Fittipaldi correu pela Haas para substituir o piloto francês Romain Grosjean, que, recorde-se, foi hospitalizado após sofrer um grave acidente no GP do Bahrein, no qual sofreu queimaduras nas mãos e tornozelos.

A lista conta ainda com os japoneses Satoru e Kazuki Nakajima, pai e filho, respetivamente. O primeiro foi companheiro de Ayrton Senna e Nelson Piquet no fim da década de 1980 – já Kazuki teve passagem fugaz na modalidade, com 36 GP’s no currículo, entre 2007 e 2009.