Eleições. Marcelo diz que ainda não é o momento para se pronunciar

Eleições. Marcelo diz que ainda não é o momento para se pronunciar


O ainda Presidente da República reconheceu que a pressão tem vindo a aumentar. Reação surge depois de o i ter avançado que as bases do PSD já estão a mobilizar-se para a recolha de assinaturas.


A pressão para Marcelo Rebelo de Sousa apresentar a candidatura à Presidência da República está a aumentar. Ainda ontem, o Presidente admitiu que não é o momento para se pronunciar, mas confessa que apesar da pressão que tem recebido, só comunica a decisão aos portugueses depois de cumpridas as obrigações do contexto atual.

“Tenho recebido várias pressões de diversa natureza nas últimas semanas, desde recolha de assinaturas e envio de cartas, mas a decisão é minha e a decisão obedece a um objetivo que é esperar por um momento em que devo ainda intervir como Presidente da República no quadro de estado de emergência e só depois é que sinto que devo tomar a decisão”, revelou à margem das comemorações do feriado do 1.º de Dezembro

Esta terça-feira o jornal i revelou que a máquina está preparada para começar a recolher as assinaturas. O processo está a cargo do antigo secretário-geral de Passos Coelho, Matos Rosa. Além de Matos Rosa, estão também envolvidos na recolha de subscrições da candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa outros ativos colaboradores do aparelho social-democrata como Rodrigo Moita de Deus, Carlos Lopes e Marco Silva.

Curiosamente, o processo escapa às estruturas oficiais do partido. O secretário-geral de Rui Rio, José Silvano, está à margem do processo, apesar de o PSD já ter declarado apoio à recandidatura do atual Presidente da República.

Também, João Ferreira, candidato do PCP a Belém, desafiou o ainda Presidente a assumir a candidatura o “quanto antes”, afirmando que esta clarificação “ajudava a trazer uma certa transparência até ao debate”.

O candidato foi anda mais longe: “Já todos perceberam o que ele vai fazer. Não há nenhum segredo a esse respeito no país. Acho que o país ganharia se essa condição já tivesse sido assumido ou que o fosse quanto antes”, afirmou.

O mesmo cenário tinha-se repetido com Ana Gomes a pedir a Marcelo para desfazer o tabu. “Só espero que a partir de agora o senhor Presidente da República não continue a alimentar o tabu sobre a sua recandidatura, até para se não valer do cargo de Presidente da República, que naturalmente continua a desempenhar, e se exponha ao questionamento dos média e dos cidadãos tal como os outros candidatos”, disse a ex-eurodeputada socialista depois de ter sido marcada a data das eleições.

Marcelo Rebelo de Sousa será, pelo menos entre os principais candidatos, o último a anunciar que entra na corrida presidencial. Até agora, são conhecidas, a contar com o atual Presidente da República, nove candidaturas. A campanha oficial arranca no dia 10 de janeiro, mas os principais candidatos já estão no terreno há algum tempo. Uma campanha marcada pelas restrições por causa da pandemia.

Recorde-se que o Estado vai gastar 479 mil euros em material de proteção e higienização a utilizar nas eleições presidenciais. O material de proteção destina-se aos membros das mesas e aos eleitores. Está prevista a compra de máscaras, viseiras, luvas e álcool gel. Com Luís Claro