O Governo não vai receber o grupo de nove empresários dos setores da restauração e da noite que, desde sexta-feira, está em greve de fome frente à Assembleia da República. O Executivo de António Costa informou o movimento APão e Água que não reúne com pessoas a título individual, mantendo as conversações sobre a crise que atravessam estes setores com a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP).
Porém, o i sabe que os membros do movimento consideram que a AHRESP não está a fazer tudo o que está ao seu alcance para dar resposta às pretensões dos empresários e, por isso, lançou, em resposta à comunicação do Governo, uma petição que exige uma audiência imediata com o primeiro-ministro ou com o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira. “Senhor ministro, o que pedimos é que olhe para nós. Que nos ouça. Que nos deixe ser parte da solução e não nos deixe para trás, como um problema”, lê-se no texto que, ao fecho desta edição, já tinha recolhido cerca de 20 mil assinaturas.
Ao i, José Gouveia, um dos porta-vozes do grupo – a par de Lujobomir Stanisic –, garante que “a greve de fome é para manter” até que surja uma resposta favorável da parte do Governo. “Esta luta já não se trata de um setor: da restauração, dos bares ou das discotecas… Estamos aqui por toda a economia, pela sua reabertura. A verdade é que se isto continuar assim, vai tudo pelo cano abaixo”, afirma.
E se tudo isto não resultar, o i sabe que há membros do movimento dispostos a endurecer a luta. Em várias mensagens trocadas por Whatsapp, a que o i teve acesso, foi mesmo colocada em cima da mesa a possibilidade de se endurecer os protestos.
Apoios
Foram vários as figuras mediáticas que, ao longo do dia, endereçaram mensagens de apoio aos manifestantes (o apresentador João Baião enviou mesmo um vídeo a dar “força” a quem tem dormido à porta do Parlamento).
Neste momento, os grevistas já cumprem jejum há mais de três dias. E pese o acompanhamento médico permanente, começam a fazer-se sentir os primeiros sinais físicos de preocupação. Para além da pressão psicológica, todos os nove manifestantes sentem fraqueza extrema e tonturas, o que é normal tendo em conta que, desde sexta-feira, resistem apenas a água, chá e café.