Os “Deuses” deste planeta e a sua imortalidade


Vivemos num planeta que, mesmo nestes tempos de exceção, continua a aumentar de população. Somos quase 8 mil milhões de pessoas.


Desses 8 mil milhões, há uma ínfima parte de seres humanos que, na sua passagem por este planeta, “tocam” na ponta do monte Olimpo, o ponto mais alto na Grécia, mas, sobretudo, perante a mitologia grega, a chamada “morada dos Deuses” para o que serve de reflexão.

Foi neste 25 de novembro que, dia que por cá, em Portugal a direita ideológica assinala com fervor e a esquerda esquece a relevância na democracia para acabar com os totalitarismos comunistas e fascistas, que o planeta de todos nós perdeu mais um dos poucos que marcou todos: Diego Maradona, o futebolista argentino mas mundialmente célebre.

Tinha completado 60 anos no passado mês de outubro e, perante uma recente cirurgia a um coágulo cerebral, o astro sul-americano não conseguiu “driblar” uma paragem cardiorrespiratória que o levou de todo o relvado mundial. Maradona foi sempre uma figura de excessos. Excessos na vida, sobejamente conhecidos, mas sobretudo excessos de qualidade, talento e mestria dentro de relvados com uma bola nos pés (e com a mão, no Mundial do México de 1986, naquele célebre golo com a “Mão de Deus” contra a Inglaterra).

Não é o foco apimentar as qualidades técnicas de Diego Armando Maradona ou contabilizar os seus astronómicos números ao longo de uma carreira de quase 20 anos.

O foco é o que representam os chamados “Deuses” dos nossos tempos. Aqueles que marcam vidas de outros pelas qualidades de exceção que apresentam na sua própria vida. Aqueles nos motivam através da sua genialidade dentro da sua área. Aqueles que alcançam os feitos que nenhum outro supera. Todos os que fazem cada área andar para a frente, sonhando e liderando pelo exemplo.

Não são só futebolistas, embora, pela paixão deste desporto no nosso país, rapidamente recordemos Eusébio. Não são só desportistas, embora à cabeça nos ocorra logo a perda do astronómico basquetebolista americano Kobe Bryant que faleceu em janeiro deste ano. Não são só norte-americanos, mas é natural recordarmos a perda do político John McCain que deixou no planeta uma lição democrática de aceitação de resultados que agora em 2020 nas Presidenciais Americanas tem faltado. Não são só políticos, mas sabemos que Portugal já viu partirem os fundadores Mário Soares, Cunhal, Freitas do Amaral e Sá Carneiro. Não olhando só a conterrâneos nossos, portugueses, mas… e na nossa cultura, no nosso Fado, e Amália Rodrigues?

Há, em todas as áreas, em todos os continentes e em todas as línguas, gente que nos inspira ainda hoje pelo que inspirou, em vida, milhares e milhões de pessoas. São mesmo Deuses num planeta que precisa de inspiração. O talento surge em muitos locais, e ao longo de diferentes décadas, mas qualquer um desses Deuses da nossa vida também parte a qualquer hora embora seja imortal na história. Fica, ou deve ficar, o exemplo e os feitos. As palavras ditas ou escritas. A melodia. Tudo o que seja bom de recordar.

Há um chavão bem conhecido que todos usamos, repetimos e, creio, raramente paramos para o pensar. Diz o povo “Não há ninguém insubstituível” ou ainda o “Só faz falta quem cá está”. Será que já pensámos nisso? Aqueles que perderam, em vida, Pai ou Mãe, se pensarem nisto, digam-me: eles são substituíveis nos vossos dias? Por mais políticos bons que haja, um fundador como Sá Carneiro ou Soares não faz falta – a um PSD ou PS – porque não está cá? Havendo milhares de talentosos desportistas, será que se substitui um Eusébio ou um Maradona e os milhares feitos que eles alcançaram? Não. Lamento, há mesmo quem seja insubstituível. Sim, há quem faça falta e não esteja cá. O resto, são frases feitas por outros que muitos de nós citam e recitam sem as pensar.

Os que chegam ao estatuto de “Deuses” ou, se quisermos encurtar o elogio direto, comuns mortais que serviram e servem de exemplo que encantou e fez vibrar milhares de pessoas deste planeta são insubstituíveis e fazem muita falta.

Fazem falta pelo consenso de mérito que alcançaram, sobretudo numa sociedade que está extremada entre o “bom” e o “mau” sem dar azo a meios termos. São insubstituíveis porque nunca temos substituto para quem nos fez sonhar acordados.

Há predestinados que conseguem efetivamente demonstrar que o mundo tem líderes, tem quem trabalhe acima da média ou nasça com um talento majestoso que encanta e deixa a história de todos mais rica e completa.

Que esses, como Maradona, andem sempre com “A mão de Deus” e que nunca sejamos aqueles que lhes “cortam as pernas”. Que andem imortalmente pelo planeta porque precisamos cada vez mais de quem nos faça sonhar e sorrir.

 


Os “Deuses” deste planeta e a sua imortalidade


Vivemos num planeta que, mesmo nestes tempos de exceção, continua a aumentar de população. Somos quase 8 mil milhões de pessoas.


Desses 8 mil milhões, há uma ínfima parte de seres humanos que, na sua passagem por este planeta, “tocam” na ponta do monte Olimpo, o ponto mais alto na Grécia, mas, sobretudo, perante a mitologia grega, a chamada “morada dos Deuses” para o que serve de reflexão.

Foi neste 25 de novembro que, dia que por cá, em Portugal a direita ideológica assinala com fervor e a esquerda esquece a relevância na democracia para acabar com os totalitarismos comunistas e fascistas, que o planeta de todos nós perdeu mais um dos poucos que marcou todos: Diego Maradona, o futebolista argentino mas mundialmente célebre.

Tinha completado 60 anos no passado mês de outubro e, perante uma recente cirurgia a um coágulo cerebral, o astro sul-americano não conseguiu “driblar” uma paragem cardiorrespiratória que o levou de todo o relvado mundial. Maradona foi sempre uma figura de excessos. Excessos na vida, sobejamente conhecidos, mas sobretudo excessos de qualidade, talento e mestria dentro de relvados com uma bola nos pés (e com a mão, no Mundial do México de 1986, naquele célebre golo com a “Mão de Deus” contra a Inglaterra).

Não é o foco apimentar as qualidades técnicas de Diego Armando Maradona ou contabilizar os seus astronómicos números ao longo de uma carreira de quase 20 anos.

O foco é o que representam os chamados “Deuses” dos nossos tempos. Aqueles que marcam vidas de outros pelas qualidades de exceção que apresentam na sua própria vida. Aqueles nos motivam através da sua genialidade dentro da sua área. Aqueles que alcançam os feitos que nenhum outro supera. Todos os que fazem cada área andar para a frente, sonhando e liderando pelo exemplo.

Não são só futebolistas, embora, pela paixão deste desporto no nosso país, rapidamente recordemos Eusébio. Não são só desportistas, embora à cabeça nos ocorra logo a perda do astronómico basquetebolista americano Kobe Bryant que faleceu em janeiro deste ano. Não são só norte-americanos, mas é natural recordarmos a perda do político John McCain que deixou no planeta uma lição democrática de aceitação de resultados que agora em 2020 nas Presidenciais Americanas tem faltado. Não são só políticos, mas sabemos que Portugal já viu partirem os fundadores Mário Soares, Cunhal, Freitas do Amaral e Sá Carneiro. Não olhando só a conterrâneos nossos, portugueses, mas… e na nossa cultura, no nosso Fado, e Amália Rodrigues?

Há, em todas as áreas, em todos os continentes e em todas as línguas, gente que nos inspira ainda hoje pelo que inspirou, em vida, milhares e milhões de pessoas. São mesmo Deuses num planeta que precisa de inspiração. O talento surge em muitos locais, e ao longo de diferentes décadas, mas qualquer um desses Deuses da nossa vida também parte a qualquer hora embora seja imortal na história. Fica, ou deve ficar, o exemplo e os feitos. As palavras ditas ou escritas. A melodia. Tudo o que seja bom de recordar.

Há um chavão bem conhecido que todos usamos, repetimos e, creio, raramente paramos para o pensar. Diz o povo “Não há ninguém insubstituível” ou ainda o “Só faz falta quem cá está”. Será que já pensámos nisso? Aqueles que perderam, em vida, Pai ou Mãe, se pensarem nisto, digam-me: eles são substituíveis nos vossos dias? Por mais políticos bons que haja, um fundador como Sá Carneiro ou Soares não faz falta – a um PSD ou PS – porque não está cá? Havendo milhares de talentosos desportistas, será que se substitui um Eusébio ou um Maradona e os milhares feitos que eles alcançaram? Não. Lamento, há mesmo quem seja insubstituível. Sim, há quem faça falta e não esteja cá. O resto, são frases feitas por outros que muitos de nós citam e recitam sem as pensar.

Os que chegam ao estatuto de “Deuses” ou, se quisermos encurtar o elogio direto, comuns mortais que serviram e servem de exemplo que encantou e fez vibrar milhares de pessoas deste planeta são insubstituíveis e fazem muita falta.

Fazem falta pelo consenso de mérito que alcançaram, sobretudo numa sociedade que está extremada entre o “bom” e o “mau” sem dar azo a meios termos. São insubstituíveis porque nunca temos substituto para quem nos fez sonhar acordados.

Há predestinados que conseguem efetivamente demonstrar que o mundo tem líderes, tem quem trabalhe acima da média ou nasça com um talento majestoso que encanta e deixa a história de todos mais rica e completa.

Que esses, como Maradona, andem sempre com “A mão de Deus” e que nunca sejamos aqueles que lhes “cortam as pernas”. Que andem imortalmente pelo planeta porque precisamos cada vez mais de quem nos faça sonhar e sorrir.