Ginásios dizem que é “alarmista” dizer que estes espaços apresentam um risco acrescido de contágio

Ginásios dizem que é “alarmista” dizer que estes espaços apresentam um risco acrescido de contágio


De acordo com o estudo do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, o facto de frequentar ginásios ou viver em casas mais lotadas é um fator de risco acrescido para o contágio do novo coronavírus, ao contrário da utilização de transportes públicos, espaços comerciais e de restauração. 


A Portugal Activo (AGAP), associação que representa os ginásios portugueses, considerou que o estudo que diz que frequentar estes espaços representa um risco acrescido de contágio pela covid-19, apresentado por Henrique de Barros, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, é "alarmista" e "infundado".

"De acordo com os dados de outros estudos credenciados que temos, é infundado. Todos os estudos a nível mundial, realizados até ao momento, revelam que a taxa de utentes infetados é de apenas 0,28% na maioria dos países, pelo que contrariam a tese avançada para o domínio público", pode ler-se num comunicado da AGAP. 

De acordo com o estudo do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, o facto de frequentar ginásios ou viver em casas mais lotadas é um fator de risco acrescido para o contágio do novo coronavírus, ao contrário da utilização de transportes públicos, espaços comerciais e de restauração. 

Os investigadores realizaram o estudo na região de Lisboa e Vale do Tejo e envolveu uma amostra de 782 pessoas infetadas com covid-19. De acordo com os dados obtidos, uma grande maioria da amostra disse que ia ao ginásio pelo menos uma vez por semana (96,5%).

A AGAP sublinha na nota que os ginásios são "locais seguros" e que "dispõem das condições adequadas para a salvaguarda da saúde dos seus utilizadores". Para sustentar a sua afirmação, a associação lembra que existem outros estudos que mostram dados contrários: como é o caso do Advanced Wellbeing Research Centre, da Universidade de Sheffield Hallam, no Reino Unido, e da Universidade Rey Juan Carlos, em Espanha, "que dá conta de que ginásios, clubes de fitness e instalações de lazer são locais com níveis de transmissão de covid-19 extremamente baixos".

A associação utiliza ainda afirmações da Ordem dos Médicos, que disseram recentemente que "a prática de exercício físico é extremamente importante para que os cidadãos se mantenham saudáveis", para sustentar a importância de frequentar estes espaços, "fundamentais para que os cidadãos possam praticar exercício físico, fortalecendo assim as suas defesas naturais para combater infeções".