Neste primeiro fim de semana de recolhimento obrigatório, o retalho e restauração apresentaram perdas de 76%. Os dados são da Associação de Marcas de Retalho e Restauração (AMRR) que define estes dias como “fim de semana catastrófico”.
Segundo os dados recolhidos por esta associação junto das mais de 3.500 lojas associadas, “as perdas são vertiginosas, acima dos 70%”. As medidas, diz a AMRR, afetaram mais os municípios com o recolher obrigatório mas as perdas “superiores ao habitual foram sentidas em todos”.
Nesse sentido, a AMRR teme assim que, no próximo fim de semana, com o aumento dos concelhos com recolher obrigatório, as perdas sejam ainda mais elevadas. “Há já muitos lojistas a pensarem se valerá a pena abrir portas”, alerta a AMRR.
Miguel Pina Martins, presidente da AMRR, não tem dúvidas que este “foi um fim de semana catastrófico para o retalho e restauração, que vem fragilizar ainda mais as empresas destes setores. Recordo que são mais de 375.000 empregos suportados por estas indústrias e, sem apoios concretos e decisivos, e ainda sem nos deixarem abrir as portas para trabalharmos, muitas serão obrigadas a fechar portas e a mandar pessoas para o desemprego”.
O responsável acrescenta que, compreende as medidas mas alerta que “é preciso olhar para as medidas com muito cuidado, uma vez que a redução de horários de funcionamento de lojas e restaurantes leva inevitavelmente a maiores concentrações e aglomerados no curto espaço de tempo em que estão abertas”. Miguel Pina Martins diz ainda que “ao contrário do que está a ser feito, um horário mais alargado permite um fluxo de pessoas mais espaçado no tempo, para que todos possam visitar as suas lojas e restaurantes com maior segurança”.
Além disso, o presidente da associação lembra que “o tema das rendas é essencial” e que a associação pretende que haja “justa e equitativa repartição de sacrifícios”.