O Presidente da República falou esta sexta-feira, na Mealhada, antes de entrar no Grande Hotel do Luso onde se vai reunir com empresários do turismo da zona Centro, sobre o acordo entre o PSD e o Chega dos Açores, que constituiu a solução governativa para o arquipélago. Para Marcelo Rebelo de Sousa “uma coisa é ter de, outra é gostar de”, pelo que não olha para este hipótese como sendo a ideal.
“Do que o representante da República nos Açores e eu vimos, não há nada que desrespeite a Constituição, pelo que pode ser viabilizada. Mas uma coisa é ter de, outra é gostar de”, disse aos jornalistas.
O Presidente falou ainda daquilo que já disse anteriormente sobre partidos antissistémicos: “Disse-o em abril de 2018. Há que combater as suas ideias”.
Marcelo Rebelo de Sousa falou ainda sobre a crise causada pela pandemia e sobre o Orçamento do Estado (OE) para 2021, dizendo que “neste quadro, é mil vezes preferível ter orçamento para 2021 passado na AR do que não ter e ter de governar por duodécimos. Qualquer pessoa percebe isso”, disse.
“Nós temos todos temos a noção da gravidade da pandemia. Todos nós temos a noção da gravidade para a economia portuguesa da situação em que estamos e que pode alongar, segundo algumas previsões, a crise em Portugal para mais de um ano ou dois anos”, afirmou o Presidente da República, acrescentando que nas próximas votações do OE “é legítimo que os partidos tenham as suas estratégias, tenham os seus pontos de vista, mas devem ter presente que os portugueses nesta altura estão muito, muito preocupados com a pandemia, muito, muito preocupados com o desemprego e com a perda de salários e a perda de rendimentos”.
“Portanto, espero que esse consenso se viabilize no Orçamento, mesmo que seja um consenso mínimo, espero que exista para termos no dia 1 de janeiro um Orçamento pensado para 2021”, concluiu.
Ainda a propósito da pandemia, o chefe de Estado falou sobre o que podem os portugueses esperar no mês de dezembro, nomeadamente para as celebrações de Natal e Ano Novo.
“Para a semana vou ouvir os partidos, se é de manter o recolher obrigatório, se deve haver diferenciação de regimes, com medidas mais duras para os municípios mais afetados”, disse esta sexta-feira o Presidente da República. Nessas reuniões, espera “fixar no horizonte aquilo com que contam os portugueses a partir de dezembro”, mês de Natal e Ano Novo, frisou.
“Fui o primeiro a dar a má notícia de que tinha de se mudar o estilo de Natal que sempre tivemos”, lembrou. “Isto estará nas conversas com os partidos, na audiência com o primeiro-ministro e estará nas nossas cabeças”, rematou, defendendo que os portugueses têm de saber com antecedência o que vai acontecer no Natal.