É o jornalismo, estúpido!


“O jornalismo é, antes de tudo e sobretudo, a prática diária da inteligência e o exercício quotidiano do caráter” Cláudio Abramo A recente polémica à volta da decisão de algumas das maiores estações emissoras de televisão norte-americanas, como a ABC, CBS e NBC, de interromperem a transmissão em direto de uma declaração do ainda Presidente…


“O jornalismo é, antes de tudo e sobretudo, a prática diária da inteligência e o exercício quotidiano do caráter”
Cláudio Abramo

A recente polémica à volta da decisão de algumas das maiores estações emissoras de televisão norte-americanas, como a ABC, CBS e NBC, de interromperem a transmissão em direto de uma declaração do ainda Presidente Donald Trump traz de novo o jornalismo para o centro do debate, arredado que parecia estar de boa parte do processo informativo.

A justificação das televisões foi o facto de Trump estar a mentir quando reclamava vitória nas eleições e a falar de fraude eleitoral gigantesca, o que justificava os números que apontavam para a sua derrota.

Outras estações, como a CNN e a Fox News, optaram por transmitir na íntegra a declaração de Trump e fazer o fact-checking no final, desmentindo assim, também, as declarações do ainda Presidente dos Estados Unidos da América. 

A decisão, inédita, merece um olhar atento, até porque pode significar um novo passo para o jornalismo.

O fact-checking entrou já na atividade normal do jornalismo, confrontado que foi com a “invasão” do seu espaço pelas redes sociais, que permitem que cada cidadão produza instantaneamente informações que, em muitos casos, se transformam em “notícias” que correm mundo.

Em muitos casos trata-se de boatos, falsidades ou meias-verdades que circulam sem qualquer verificação, umas vezes apenas por inadvertência mas, muitas vezes, deliberadamente, para influenciar políticas, mercados ou instalar o desassossego social.

O jornalismo, por isso, já não pode contentar-se apenas em produzir informação fidedigna; tem também de fiscalizar, aprovando ou desmentindo, informações que se tornam relevantes, produzidas sem o seu crivo.

É por isso que vale a pena olhar para a decisão das cadeias americanas, que podem ter aberto uma nova perspetiva do jornalismo, mais interventivo e, sobretudo, sancionatório. 

Na verdade, talvez esteja a terminar a era da “independência” e da “imparcialidade”, voltando o jornalismo a colocar-se declaradamente e sem hesitações na trincheira da verdade, da liberdade e da democracia. 

Jornalista

É o jornalismo, estúpido!


“O jornalismo é, antes de tudo e sobretudo, a prática diária da inteligência e o exercício quotidiano do caráter” Cláudio Abramo A recente polémica à volta da decisão de algumas das maiores estações emissoras de televisão norte-americanas, como a ABC, CBS e NBC, de interromperem a transmissão em direto de uma declaração do ainda Presidente…


“O jornalismo é, antes de tudo e sobretudo, a prática diária da inteligência e o exercício quotidiano do caráter”
Cláudio Abramo

A recente polémica à volta da decisão de algumas das maiores estações emissoras de televisão norte-americanas, como a ABC, CBS e NBC, de interromperem a transmissão em direto de uma declaração do ainda Presidente Donald Trump traz de novo o jornalismo para o centro do debate, arredado que parecia estar de boa parte do processo informativo.

A justificação das televisões foi o facto de Trump estar a mentir quando reclamava vitória nas eleições e a falar de fraude eleitoral gigantesca, o que justificava os números que apontavam para a sua derrota.

Outras estações, como a CNN e a Fox News, optaram por transmitir na íntegra a declaração de Trump e fazer o fact-checking no final, desmentindo assim, também, as declarações do ainda Presidente dos Estados Unidos da América. 

A decisão, inédita, merece um olhar atento, até porque pode significar um novo passo para o jornalismo.

O fact-checking entrou já na atividade normal do jornalismo, confrontado que foi com a “invasão” do seu espaço pelas redes sociais, que permitem que cada cidadão produza instantaneamente informações que, em muitos casos, se transformam em “notícias” que correm mundo.

Em muitos casos trata-se de boatos, falsidades ou meias-verdades que circulam sem qualquer verificação, umas vezes apenas por inadvertência mas, muitas vezes, deliberadamente, para influenciar políticas, mercados ou instalar o desassossego social.

O jornalismo, por isso, já não pode contentar-se apenas em produzir informação fidedigna; tem também de fiscalizar, aprovando ou desmentindo, informações que se tornam relevantes, produzidas sem o seu crivo.

É por isso que vale a pena olhar para a decisão das cadeias americanas, que podem ter aberto uma nova perspetiva do jornalismo, mais interventivo e, sobretudo, sancionatório. 

Na verdade, talvez esteja a terminar a era da “independência” e da “imparcialidade”, voltando o jornalismo a colocar-se declaradamente e sem hesitações na trincheira da verdade, da liberdade e da democracia. 

Jornalista