A Câmara Municipal da Nazaré solicitou, esta quarta-feira, uma reunião urgente à Direção-Geral da Saúde (DGS) com o objetivo de apresentar um Plano de Contingência para que o surf na Praia do Norte seja retomado.
Em comunicado, o autarca da Nazaré, Walter Chicharro, explica que a reunião irá servir para "apresentar um Plano de Contingência, desenvolvido em conjunto com a proteção civil, bombeiros voluntários, PSP e Capitania do Porto da Nazaré", para"condicionar todos os acessos às zonas de assistência". O plano prevê que o público seja restringido a "um máximo de duas mil e quinhentas pessoas, que ficarão distribuídas pela zona do farol, da encosta e no areal da própria praia".
Este controle no número de pessoas será feito através da redução dos acessos "a apenas três pontos, com contagem cumulativa e em tempo real, enquanto funcionários da autarquia, agentes da Polícia Marítima e da PSP patrulharão toda a zona de público, de forma a fazer cumprir as regras em vigor".
O autarca admite ainda o recurso a segurança privada, "de forma a que as forças da autoridade fiquem disponíveis para tarefas de fiscalização e cumprimento da lei” e acrescenta que a câmara "assumirá todos os custos envolvidos" e está a desenvolver esforços para garantir que "as próximas sessões de 'Tow-in' [em que um surfista é rebocado para a onda por uma mota de água] tenham transmissão on-line nas plataformas do município, de forma a que não seja quebrada a ligação ao mundo".
Recorde-se que a Capitania do Porto da Nazaré emitiu, esta quarta-feira, um despacho que interdita a Praia do Norte a qualquer atividade se surf, “devido à promoção da aglomeração de público, que constitui um risco acrescido para a Saúde Pública”, depois de um parecer negativo das autoridades de saúde. Uma consequência dos ajuntamentos observados no passado dia 29 de outubro, onde milhares de pessoas se reuniram nas arribas junto à praia para ver o fenómeno das ondas gigantes.
O autarca defende que o Plano de Contingência vai "garantir o regresso da modalidade, que tanto projetou a Nazaré e Portugal no mundo, ao mesmo tempo que se garantirá o escrupuloso cumprimento das regras implementadas pela pandemia que vivemos e a sobrevivência das dezenas de profissionais", como surfistas, 'spotters', fotógrafos, produtores de vídeo ou hoteleiros.
"O investimento que a Câmara Municipal e Portugal têm feito na globalização deste fenómeno, nomeadamente com a campanha do Turismo de Portugal na Times Square (Nova Iorque) com a onda da Nazaré, e com o apoio dos surfistas que procuram a Nazaré em busca das ondas da sua vida e de baterem recordes, tem de ser respeitado", garantindo "um eficaz controlo de acessos e imposição das regras sanitárias por parte de quem queira assistir, e assim fazer com que os surfistas possam sair para a água".