Para tentar estancar o aumento de novos casos de covid-19, o País de Gales decretou o confinamento total, obrigando a população a ficar em casa, exceto os profissionais indispensáveis para manterem o território a funcionar.
O primeiro-ministro, Mark Drakeford, anunciou que esta medida entra em vigor na próxima sexta-feira e terá efeitos até dia 9 de novembro.
Além desta medida, o país que já colocou cerca de 2,3 milhões de pessoas em confinamento local também fechou a porta a cidadãos provenientes das regiões mais afetadas do Reino Unido.
O Governo do País de Gales acredita que esta é a medida necessária para controlar o número de infeções e prevenir aquele que será um inverno difícil.
“Quero que sejam impostas poucas restrições, mas que sejam devidamente aplicadas e com um claro apoio às pessoas e empresas afetadas”, disse Rhun ap Iorwerth, representante do gabinete de Saúde. “Lamentavelmente, devido ao falhanço das políticas do País de Gales e do Reino Unido até à data, chegámos a um ponto em que necessitamos de uma nova quarentena agora para ter o vírus sob controlo e para começar de novo”.
O Plaid Cymru – partido social-democrata do País de Gales – publicou um plano de 14 pontos em que esclarecia quais serão as novas medidas do Governo, que incluem aumentar a velocidade da testagem para o vírus, o encerramento de negócios não essenciais, o regresso ao teletrabalho sempre que possível e o encerramento dos locais de culto, com exceção para casamentos e batizados.
Caso estas regras sejam quebradas, as pessoas serão convidadas a regressar às suas casas ou encaminhadas pelas autoridades; podem pagar uma multa que estará entre as 60 libras (66 euros) e as 120 libras (132 euros), se forem reincidentes, e pode ser aberto um processo criminal contra quem estiver a desrespeitar as normas de segurança.
Em relação às ajudas financeiras para as empresas que serão obrigadas a encerrar, o Governo preparou um fundo de 300 mil libras (cerca de 331 mil euros) que serão distribuídas às pequenas empresas, que poderão receber um pagamento até 5 mil libras (aproximadamente 5510 euros); aquelas que beneficiam de isenção de taxas receberão mil libras.
Regresso ao confinamento
O País de Gales não foi o primeiro país a regressar ao confinamento no mundo. Nem sequer foi o primeiro no Reino Unido a tomar esta decisão. Na última sexta-feira, a Irlanda do Norte entrou em confinamento, que deverá durar quatro semanas, encerrando escolas e o setor da restauração para tentar diminuir a taxa de transmissão de covid-19. O Executivo de Belfast recomendou também que as pessoas trabalhem a partir de casa se puderem e que as aulas das universidades continuem através da internet, enquanto o comércio terá de respeitar regras por definir para continuar a funcionar.
Também na Escócia foram aplicadas medidas restritivas. Bares e restaurantes das áreas de Glasgow e Edimburgo foram encerrados até dia 25 de outubro. Na Inglaterra, ainda não foram implementadas medidas de confinamento, com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, a preferir uma abordagem de restrições em áreas geográficas, dependendo do número de infeções.
Fora da Grã-Bretanha, a França declarou, na passada quarta-feira, estado de urgência sanitária, com o Presidente Emmanuel Macron a impor um recolher obrigatório entre as 21h e as 6h, que pode durar até seis semanas, nas regiões de Île-de-France (região de Paris), Lille, Ruão, Saint-Étienne, Toulouse, Lyon, Grenoble, Aix-en-Provence e Montpellier.
Já em Itália, o Governo tornou obrigatório o uso de máscara em espaços públicos, declarou que praças e lojas devem ser encerradas às 21h e suspendeu feiras e competições desportivas amadoras. Na região da Campânia, as escolas foram encerradas por duas semanas.