Cartões de crédito. Programas que dão viagens de borla


Há cartões cujos benefícios vão muito mais além que os programas de milhas. Pode também ter acesso às zonas lounge dos aeroportos e a um check-in e embarque mais rápidos. Mas há que ter cuidados: deve ter em atenção o período durante o qual estas milhas acumuladas podem ficar disponíveis. Há ofertas para todos os…


Apesar da pandemia e das restrições às viagens, pode sempre pensar que pode andar de avião sem qualquer tipo de custo. Para isso, basta aderir aos cartões de crédito que têm programas de milhas aéreas associadas. “Para que se possa tirar o máximo proveito possível de um cartão de crédito é necessário que o mesmo seja direcionado para as necessidades de cada consumidor específico. Uma pessoa que faz muitas compras regularmente deve verificar se o seu cartão possui um sistema de pontos ou descontos que o recompense pela utilização ou até cashback, para receber de volta uma parte do que gastou”, explica José Figueiredo, CEO do ComparaJá.pt. E “da mesma forma, uma pessoa que viaja muito deve privilegiar um cartão com milhas aéreas que lhe permitirá ter viagens por um preço inferior ou até, em certos casos, sem nenhum custo”, sublinha este responsável, acrescentando que “estes cartões funcionam, assim, numa ótica de atribuição de uma ou mais milhas por cada um ou mais euros gastos”.

De acordo com a análise do ComparaJá.pt feita para o i, existem seis instituições financeiras em Portugal que oferecem cartões de crédito com o benefício das milhas aéreas: WiZink, Millennium bcp, Caixa Geral de Depósitos, Santander, Unicre e Banco Best. “Cada uma destas entidades tem associado um programa de milhas aéreas que está integrado nos diversos cartões e as características de cada um encontram-se discriminadas na tabela ao lado”, refere.

 Segundo o mesmo estudo, em termos gerais, a lógica associada a cada um destes cartões assenta num número de milhas específico (que vai de 1 a 2) por cada euro que é gasto. Por exemplo, se optar por um cartão que ofereça maior número de milhas – como é o caso do TAP Platinum, do Millennium bcp, com duas milhas por cada euro –, ao fazer uma compra de 300 euros acumulará 600 milhas.

Mas deixa um alerta: “Há que ter em atenção que o período durante o qual estas milhas acumuladas ficam disponíveis é limitado. Este prazo vai desde os três anos a ilimitado, dependendo do produto por que optar”. E acrescentando que “ao comparar cartões de crédito com programas de milhas, não deve olhar simplesmente para o número de milhas que se acumulam, mas igualmente para o período de validade, isto porque, por exemplo, no caso do cartão Platinum, do Santander, este oferece 1,5 milhas por euro gasto. No entanto, o cliente apenas dispõe de três anos para trocá-las por viagens” (ver tabelas).

Outras vantagens Além das milhas aéreas, o estudo revela que existem cartões que dão acesso a zonas lounge nos aeroportos, como é o caso dos cartões Best Gold Plus Visa, TAP Classic, TAP Gold, TAP Platinum e TAP Fly +. Mas os cuidados não ficam por aqui. “Outro aspeto a ter em consideração quando escolhe um cartão com programa de milhas é a possibilidade de trocar as milhas acumuladas por noites em hotel. Este benefício pode ser útil, especialmente nos dias de hoje, em que a possibilidade de viajar para o estrangeiro está mais limitada, caso tenha milhas prestes a expirar. Assim escusa de perdê-las, podendo trocá-las por uma estadia em Portugal, quem sabe para usufruir de um fim de semana prolongado fora da sua cidade”, salienta.

Quantas milhas são necessárias para ter um voo a custo zero? A par da oferta do mercado, é necessário perceber quantas milhas são necessárias para se beneficiar de uma viagem de ida e volta sem custos (ver tabelas).

O estudo feito pelo ComparaJá.pt para o i recolheu os dados referentes à quantidade de milhas necessárias para destinos específicos, selecionando-se quatro aeroportos nacionais (Lisboa, Porto, Faro e Ponta Delgada) e ainda seis grandes aeroportos internacionais nos diversos continentes (Rio de Janeiro, Argélia, Moscovo, Toronto, Barcelona e Praia).

Raio-x Segundo a plataforma de comparação de produtos financeiros, 30 dos 78 cartões de crédito existentes atualmente no mercado português isentam os consumidores de custos associados à anuidade.

Já o número de cartões de crédito de obtenção gratuita, ou seja, isentos de anuidade/comissões de disponibilização, tem vindo a aumentar nos últimos anos, tendo-se agora afirmado como a grande tendência do mercado. “Hoje, já existem menos cartões com anuidade até 25 euros do que cartões isentos destes custos. Ainda assim, 17% dos produtos do mercado cobram uma anuidade superior a 50 euros”, salienta.

Por outro lado, apenas três em cada dez têm uma TAEG inferior a 15,3%. “Atendendo a que o limite máximo imposto pelo Banco de Portugal para as taxas de juro no presente trimestre é de 15,3%, esta análise evidencia que a grande maioria dos bancos está a aplicar uma TAEG no limite máximo ou muito próximo desse teto, isto mesmo quando cobram uma anuidade ao cliente”, avança José Figueiredo.

Cuidados a ter na escolha

Juros

•  Os cartões de crédito concedem financiamento gratuito durante um período que varia entre 20 e 50 dias, desde que as despesas sejam pagas a 100%. Ao optar por saldar as contas de forma faseada fica inevitavelmente sujeito a juros sobre a dívida. As taxas máximas são limitadas pelo Banco de Portugal. Embora estejam a descer, continuam elevadas quando comparadas com as praticadas no âmbito de outros tipos de financiamento, como o crédito pessoal ou o descoberto autorizado das contas à ordem. Por isso, já sabe: se não conseguir pagar toda a dívida, tente saldar o máximo possível. Não se esqueça que as dívidas relativas a estes cartões apresentam sempre um grande peso nas situações de incumprimento associadas ao crédito.

Anuidade

•  Se pagar sempre as despesas a 100%, o principal critério de escolha é o valor da anuidade que, de preferência, deve ser gratuita. Analise também a opção de cashback, que consiste na devolução na conta-cartão de uma percentagem do valor das despesas. Tenha em conta que, se houver anuidade, esta acabará por ser um peso, mesmo que pague sempre as dívidas na totalidade.

Taxas

•  Se tenciona utilizar o cartão para saldar montantes mais avultados de forma faseada, terá de pagar juros. Neste caso, o critério de escolha deverá ser não o valor da taxa anual nominal (TAN), mas o da taxa anual de encargos efetiva global (TAEG), que reflete o real custo do crédito, incluindo anuidades e impostos. Opte sempre pela TAEG mais baixa.

Fidelização

•  Há muitos cartões de crédito que disponibilizam programas de descontos ou fidelização. Neste caso, a utilização do cartão dá direito à acumulação de pontos que podem ser trocados por descontos em empresas associadas.

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