A ministra da Saúde, Marta Temido, esteve, esta quarta-feira, dia marcado pelo recorde de casos diários de covid-19 no país, no Jornal da Noite, da TVI, onde esclareceu várias questões sobre a altura incerta que o país vive devido à pandemia.
A governante afirmou que o aumento do número de casos já era algo expectável por parte do Governo: Com o desconfinamento e o regresso de muitas pessoas ao trabalho e à sua rotina diária, era esperado um aumento do número diário de casos do novo coronavírus. Marta Temido disse ainda que "já tivemos três fases" e que "agora estamos numa nova fase de crescimento".
Marta Temido falou sobre as críticas à gestão do Governo nesta fase por parte dos bastonários, numa carta aberta, onde estes referem que a estratégia das autoridades de saúde é insuficiente e que o SNS não tem recursos humanos suficientes para responder a tudo o que está a acontecer. Em resposta, a ministra garantiu aos portugueses que se for necessário mais investimento na Saúde, o Estado irá "contratar privados".
Marta Temido relembra ainda que já existe uma colaboração entre as entidade de saúde públicas e privadas e confessa sentir-se pressionada pelos bastonários: "Parece que nos estão a empurrar". A governante relembrou ainda que está prevista a contratação de 4.200 profissionais de saúde e sublinha que esta contratação vigora no Orçamento de Estado apresentado para 2021.
A ministra falou ainda sobre a possibilidade de vir a ser obrigatório instalar a aplicação Stayaway Covid, uma questão que tem levantado muitas críticas sobre a questão da privacidade dos cidadãos, e diz respeitar o quadro legal vigente e que o Governo pretende submeter esta opção à Assembleia da República.
Questionada sobre o risco de transmissão estar tão elevado na região de Lisboa e Porto, a ministra da Saúde relembrou que o “r” antes do Estado de Emergencia, era de 2 e que agora o país está com o indicador a 0.91 no Algarve e 1.2 na região Norte, um número muito inferior.
Outra das questões abordadas foi a possibilidade de vir a ser obrigatório utilizar máscara na via pública, algo que Marta Temido diz que só deve ser imposto em locais onde não seja possível cumprir o distanciamento. "A máscara continua a ser obrigatória em espaços fechados e é recomendada em espalos abertos, nos quais a distância recomendada como distância de segurança não é possível manter. A ideia é torná-la obrigatória na rua nos lociais onde não seja possível manter o espaçamento físico de segurança", disse