Covid-19 matou Kenzo, o “epítome da arte de viver”

Covid-19 matou Kenzo, o “epítome da arte de viver”


O lendário estilista japonês morreu este domingo em Paris, a cidade por que se apaixonou. Os seus padrões floridos e coloridos, que juntam o oriente ao ocidente, conquistaram o mundo.


Kenzo Takada, o lendário estilista que foi o primeiro japonês a afirmar-se no circuito da moda parisiense, morreu aos 81 anos, este domingo, em França, vítima de complicações devido à covid-19. A empresa que fundou, a Kenzo, ganhou projeção mundial com as suas arrojadas linhas de perfumes e produtos de beleza.

“Era incrivelmente criativo. Com um rasgo de génio, imaginou uma nova história, artística e colorida, combinando o este e o oeste – o seu Japão natal e a sua vida em Paris”, descreveu Jonathan Bouchet Manheim, diretor executivo de uma das marcas de Kenzo, a K-3. “Tive oportunidade de trabalhar com ele durante muitos anos, sempre deslumbrado, admirando a sua curiosidade e mente aberta. Parecia calado e tímido à primeira vista, mas era cheio de humor”, salientou o seu amigo. “Kenzo Takada era o epítome da arte de viver”.

Fã de algodão, padrões coloridos e floridos, o estilista japonês, Kenzo chegou a Paris em 1965, após viajar por Hong Kong, Saigão e Bombaim. Começou por vender os seus desenhos a casas de costura por 25 francos a peça; no final dos anos 70, a sua marca estava entre as mais vendidas globalmente, abrindo caminho a toda uma geração de estilistas japoneses, como Issey Miyake, Yojhi Yamamoto ou Rei Kawabuko.

Ainda assim, apesar do sucesso, Kenzo nunca esqueceu o seu assombro pela capital francesa. “Quando passo pela praça da Concorde, pelo Grand Palais ou pelo Sena, digo sempre: 'Uau, isso é realmente muito lindo'. Continuo apaixonado por Paris”, confessou à RFI, em 2018, na cidade onde viria a morrer.