O consórcio português liderado pela EDP está a tentar retomar o contrato para a gestão da Empresa de Eletricidade e Águas da Guiné-Bissau (EAGB) que, desde 1 de junho, o Governo guineense decidiu suspender unilateralmente. Recorde-se que o Executivo de Nuno Gomes Nabiam justificou a decisão por não concordar que os gestores da EAGB ligados ao consórcio português tivessem abandonado a Guiné-Bissau após a declaração do estado de emergência no país, na sequência da pandemia, passando a trabalhar em regime de teletrabalho a partir de Portugal.
“O consórcio liderado pela EDP já teve oportunidade de comunicar a sua disponibilidade para retomar o projeto, nomeadamente através da mobilização das suas equipas para Bissau, por entender que existem boas perspetivas para que a suspensão do contrato seja levantada. O país já não se encontra em estado de emergência desde o dia 8 de setembro e estão a ser retomados os voos comerciais para a Guiné-Bissau”, disse ao i fonte da EDP. Mas, até ao momento, o Governo da Guiné-Bissau não respondeu.
O contrato para a gestão da EAGB – criado ao abrigo de um programa financiado pelo Banco Mundial -, com um valor de 3,9 milhões de euros, foi assinado em novembro de 2018 e termina no final de 2021. O consórcio liderado pela EDP (e que inclui a Águas de Portugal e a consultora Leadership Business Consulting) tinha colocado no país 18 técnicos especializados com o objetivo de melhorar a EAGB, a empresa pública responsável pela produção, transporte e distribuição de eletricidade e água na Guiné-Bissau, e que se encontrava em situação de falência técnica.
Após a suspensão do contrato, o Governo guineense nomeou interinamente Mamadu Baldé para o cargo de diretor-geral da EAGB. Recentemente, Baldé admitiu que a situação financeira da empresa se mantém no “vermelho”, com um passivo de 25 milhões de euros.