O alegado autor do ataque da passada sexta-feira junto às antigas instalações do jornal satírico Charlie Hebdo, em Paris, revelou a sua verdadeira identidade. O seu nome é Zaheer Hassan Mahmoud e nasceu no Paquistão em 1995, confirmou esta terça-feira o procurador antiterrorismo de França.
Inicialmente, o suspeito tinha alegado chamar-se Hassan Ali e ter nascido 2002, no Paquistão. Com essa identidade beneficiou de assistência social à infância quando chegou a França, em 2018.
O procurador François Ricard, revelou hoje numa conferência de imprensa realizada em Paris, que o suspeito, depois de se ver confrontado com um documento paquistanês encontrado no seu telefone, acabou por admitir a sua verdadeira identidade e idade. O responsável afirmou ainda que Mahmoud “era completamente desconhecido de todos os serviços de informação" até agora.
O paquistanês confessou logo no sábado a autoria do ataque do dia anterior, justificando-o com a republicação no Charlie Hebdo das caricaturas do profeta Maomé publicadas em 2014, algo que o suspeito alegou "não conseguir suportar".
O ataque, cometido na passada sexta-feira junto ao edifício da antiga redação do Charlie Hebdo, deu-se depois de, há duas semanas, a Al Qaeda ter voltado a ameaçar a redação por reeditar as caricaturas do profeta Maomé. Mais tarde no próprio dia o ministro do Interior de França, afirmou que o ataque se tratava de um "ato terrorista islâmico" contra França e contra os jornalistas.
Um suspeito do ataque foi detido pouco tempo depois na Praça de Bastilha, perto do local do crime, tendo sido ainda detidas mais seis pessoas que teriam ligação ao ataque.
Como consequência do crime, ficaram dois indivíduos feridos com gravidade: dois jornalistas (uma mulher e um homem) da produtora de documentários PLTV.
O primeiro ataque ao jornal Charlie Hebdo ocorreu em janeiro de 2015 e resultou em 12 vítimas mortais. O julgamento do caso está a decorrer em Paris desde o início deste mês.