PCP. João Ferreira é o candidato às presidenciais para “ir até ao fim”

PCP. João Ferreira é o candidato às presidenciais para “ir até ao fim”


Jerónimo de Sousa não quis comprometer-se com fasquias depois de Edgar Silva ter obtido 3,95% nas últimas eleições e de ele próprio ter alcançado 8,95% em 2006. 


Depois de alguma incerteza e de vários nomes postos em cima da mesa, o PCP apresentou o seu candidato oficial às presidenciais. João Ferreira foi o escolhido para “ir até ao fim, com base no seu projeto, nas suas linhas de intervenção”, afirmou Jerónimo de Sousa em conferência de imprensa, este sábado, no final da reunião do comité central que aprovou, por unanimidade, a estratégia e o candidato presidencial às eleições do próximo ano.

O líder comunista não quis pôr fasquias para o resultado de João Ferreira nem comparar eleições anteriores. Há cinco anos, o candidato madeirense, Edgar Silva, obteve apenas 3,95% e, em 2006, o próprio Jerónimo conseguiu 8,95%. “Não fizemos essas contas”, disse, afirmando que os comunistas estão “conscientes das dificuldades, da batalha exigente que tem de ser travada por João Ferreira”, acrescentando, porém, que o eurodeputado “vai contar com algo importante”: “Todo o nosso coletivo partidário”.

A candidatura do PCP não é “para desistir, mas sim para se afirmar, para crescer, para ir para o terreno”, insistiu Jerónimo, que sublinhou a “opção de autonomia e independência” relativamente a outros candidatos à esquerda. A candidatura de João Ferreira, descreveu Jerónimo de Sousa, será para “dar voz ao projeto e valores de Abril, à defesa dos direitos dos trabalhadores e do povo e à afirmação da igualdade e justiça sociais”.

 

Reações

A deputada socialista Isabel Moreira já tornou público o seu apoio a João Ferreira. Num texto publicado no Facebook, agradece ao PCP e elogia o eurodeputado comunista – e agora candidato a Belém. “Lemos as notícias e parece que se esquecem que a maioria eleitoral é de esquerda. O PS não tem candidato oficial. Mais uma vez, parece-me um erro. Mas aqui estamos. Livres para escolher. Os ataques à democracia que se fazem sentir na Europa, nos EUA, no Brasil, etc., são ataques que, por aqui, nos recordam da importância de Partidos como o PCP. Sou socialista”, disse a deputada.
E foi mais longe: “Por tudo isto e por muito mais, vou votar no João Ferreira, em nome de uma democracia não populista. Em nome do Estado de direito”, escreveu, acrescentando que considera o candidato comunista “um democrata. Avesso a populismos, o que traz exatamente aquilo que quero que seja marcado nesta campanha, que tanto promete nessa matéria”.
Também André Ventura reagiu a este anúncio e, mais uma vez, voltou a pôr uma alcunha. Depois de ter chamado “candidata cigana” a Ana Gomes e de “candidata marijuana” a Marisa Matias, chegou a vez de chamar “camarada de plástico” ao deputado comunista. “Esperávamos algum ‘camarada cassete’ a repetir as mesmas coisas sobre Cuba ou o PREC (Processo Revolucionário em Curso), há 40 anos, e aparece o ‘camarada de plástico’, um político que de valor apenas tem o ser jovem e bem-parecido”, disse o líder do Chega e também candidato às presidenciais.