Candidatura comunista de João Ferreira às presidenciais é apoiada por Isabel Moreira

Candidatura comunista de João Ferreira às presidenciais é apoiada por Isabel Moreira


A sua irreverência não precisa de grande apresentação, mas o facto de a filha de um antigo ministro de Salazar apoiar uma candidatura do PCP é digno de nota.


A deputada socialista Isabel Moreira tornou público o seu apoio e o seu voto em João Ferreira, cujo nome foi anunciado este sábado como o candidato do PCP às presidenciais. Num texto publicado no Facebook, agradece ao PCP e elogia o eurodeputado comunista – e agora candidato a Belém.

“Lemos as notícias e parece que se esquece que a maioria eleitoral é de esquerda. O PS não tem candidato oficial. Mais uma vez, parece – me um erro. Mas aqui estamos. Livres para escolher. Os ataques à democracia que se fazem sentir na Europa, nos EUA, no Brasil, etc, são ataques que, por aqui, recordam-nos da importância de Partidos como o PCP. Sou socialista”, começou por escrever a deputada.

“Agradeço, no entanto, a institucionalização do conflito que devo ao PCP, que evita o sonho dos inimigos da democracia, desde os movimentos inorgânicos, à extrema-direita que agora faz tantas horas da comunicação social. E mais importante, gosto muito do João Ferreira. Acho que é um democrata. Avesso a populismos, o que traz exatamente aquilo que quero que seja marcado nesta campanha, que tanto promete nessa matéria”, justificou.

Por último, anuncia, inequivocamente, em que nome do boletim de voto vai pôr a cruz.

“Por tudo isto e por muito mais, vou votar no João Ferreira, em nome de uma democracia não populista. Em nome do Estado de direito”.

Isabel Moreira já é – há muito – conhecida na opinião pública graças à sua irreverência e à forma aguerrida como defende determinadas causas. Mas este voto público numa candidatura comunista, não deixa de merecer nota à parte. Sublinhe-se que a deputada do PS é filha do antigo ministro de Salazar Adriano Moreira, que foi também presidente do CDS, partido, aliás, que o nomeou, ainda em 2015 para o Conselho de Estado.