Incêndios. Morreram cinco bombeiros este ano

Incêndios. Morreram cinco bombeiros este ano


Ontem, morreu mais um bombeiro enquanto combatia as chamas em Oliveira de Frades. MAI já pediu abertura de um inquérito.


Um bombeiro morreu ontem, durante a tarde, enquanto combatia um incêndio em Antelas, no concelho de Oliveira de Frades. O homem, que pertencia à corporação dos Bombeiros Voluntários de Oliveira de Frades, estava desaparecido desde o início da tarde e foi encontrado horas depois, já sem vida. As causas da morte estão ainda por apurar, mas o comandante da corporação de bombeiros de Oliveira de Frades adiantou à Lusa que a vítima não apresentava queimaduras no corpo quando foi encontrada. “Acabou por morrer mais à frente, asfixiado”, explicou.

O Ministério da Administração Interna (MAI) emitiu ainda durante a tarde de ontem uma nota de pesar e determinou a abertura de um inquérito ao incêndio, quer para apurar as causas do fogo, quer para perceber em que circusntâncias morreu o bombeiro.

Só este ano, já morreram cinco bombeiros enquanto combatiam incêndios. As restantes quatro mortes registaram-se todas durante o mês de julho.

As chamas começaram a deflagrar em Antelas já passava das 11h00 de ontem e, ao final do dia, ainda estavam mais de 300 operacionais e nove meios aéreos a tentar controlar o fogo. À hora de fecho desta edição, o fogo ainda não tinha sido dominado e estavam no local 355 bombeiros.

Serras de Aires e Candeeiros em chamas No resto do país, as chamas também não deram tréguas, estando durante a tarde de ontem mais de 1000 bombeiros destacados para o combate aos vários incêndios. Além do incêndio em Antelas, que registou o número mais alto de operacionais mobilizados, um fogo em Fradelos, Albergaria-a-Velha, mobilizou cerca de duas centenas de bombeiros e levou à interrupção do trânsito no IC2.

Também o fogo em Porto de Mós, mais precisamente nas serras de Aires e Candeeiros, consumiu, até ao final desta segunda-feira, cerca de mil hectares de terreno. O incêndio começou na madrugada de domingo e o vento e a baixa humidade têm facilitado a propagação das chamas. Além disso, o incêndio “nasceu em zonas de muita dificuldade de acesso”, disse à Lusa Jorge Vala, presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós. “Não existem acessos, nem nunca existirão. Estamos a falar de zonas de penhascos, zonas muito complicadas, onde espontaneamente nasce uma flora rica, que é marca identitária deste território. A conjugação de tudo isto leva a que ganhe dimensão”, acrescentou.

Entre ontem e hoje, o risco de incêndio agravou-se em algumas zonas do país. Segundo as informações disponibilizadas pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), todo o território português está classificado com risco de incêndio elevado, muito elevado ou máximo. O mapa do IPMA sublinha ainda que as regiões Centro e Norte têm risco máximo de incêndio.

Relativamente às temperaturas, Santarém regista para hoje máximas de 37 oC, e Évora e Lisboa de 34 oC. Os termómetros continuam a marcar temperaturas elevadas, fator que conjugado com o vento forte em algumas regiões e com baixa humidade, aumenta o risco e a propagação de incêndio.