Eventual atraso nos registos pode justificar aumento de novos contágios

Eventual atraso nos registos pode justificar aumento de novos contágios


Governante considera que números sublinham “a fragilidade das nossas conquistas”. Sobre a providência contra a Festa do Avante, ministra não acredita que haverá “qualquer efeito suspensivo”.


Marta Temido reconheceu, na conferência de imprensa das autoridades de saúde esta quarta-feira, o aumento significativo no número de novos casos registados no boletim de hoje, que dá conta de mais 362 contágios, o valor mais alto desde há mais de um mês.

"O número de hoje está acima dos números dos últimos dias, o que poderá significar algum atraso nos registos dos últimos dias. Esperamos que sejam números que se esbatem nos próximos dias", afirmou a ministra.

Para Marta Temido "os números de hoje e anteriores sublinham a fragilidade das nossas conquistas”. A ministra aproveitou então para deixar um apelo: “Temos tido uma situação acomodável do ponto de vista da resposta do SNS, com um esforço tremendo dos profissionais de saúde e das estruturas envolvidas. Temos a obrigação de manter comportamentos que honrem e respeitem este esforço".

A governante revelou também que atualmente existem 154 “surtos ativos no país” e sublinhou que "de todas as pessoas que foram infetadas há 73,2% que já recuperaram, sendo que só 0,6% foram hospitalizados".

"O Rt [índice de transmissibilidade] é de 1, para os dias 17 a 21 de agosto, um ligeiro decréscimo, o que significa que temos tido uma média de cerca de 200 casos por dia", acrescentou.

Sobre o regresso à escola e à atividade assistencial por parte do Serviço Nacional de Saúde, o importante é manter o "esforço" feito até ao momento, afirmou também Marta Temido. "Embora o contexto seja adverso, os profissionais de saúde têm essa primeira obrigação de resposta às necessidades da população".

A ministra foi ainda confrontada com a providência cautelar contra a Festa do Avante, sobre a qual sublinhou o facto de ter tido conhecimento da situação apenas através da comunicação social, pelo que não pode pronunciar-se.

"Acredito que não terá qualquer efeito suspensivo”, referiu ainda assim Marta Temido, e acrescentou: “mas obviamente que o ministério acata as decisões judiciais".

Veja o vídeo da conferência na íntegra