Presidenciais. “A minha candidatura não está encerrada”, diz Miguel Albuquerque

Presidenciais. “A minha candidatura não está encerrada”, diz Miguel Albuquerque


Na Madeira, as eleições para Belém agitam o PSD. Líder regional mantém em aberto entrada na corrida.


O presidente demissionário do Chega e candidato presidencial, André Ventura, decidiu enviar uma carta a Miguel Albuquerque, presidente do PSD/Madeira e presidente do governo regional daquele arquipélago. A missiva tinha um objetivo: levá-lo a integrar (e apoiar) a sua candidatura presidencial contra Marcelo Rebelo de Sousa – que só revelará em novembro se se recandidata a mais um mandato em Belém.

“Venho por este meio convidá-lo a ser um dos pilares da minha candidatura como Máximo Coordenador e Representante Político da mesma. Atentas as últimas sondagens, não há dúvida de que a leve esperança de uma não recondução de Marcelo Rebelo de Sousa só pode ser concretizada pela minha candidatura. É a esse esforço que o convido a juntar-se, por Portugal e pelo desenvolvimento efetivo da Região Autónoma da Madeira”, escreveu numa carta dirigida a Miguel Albuquerque. Ora, o líder regional da Madeira, que há meses admitiu estar a ponderar uma candidatura a Belém, está de férias. Por isso, ainda não recebeu a carta. Mas já respondeu a Ventura. “A minha candidatura não está encerrada. Tudo dependerá das posições e programas que os candidatos, incluindo o prof. Marcelo Rebelo de Sousa, tomarem em relação à Madeira e à defesa das suas principais propostas, como são, por exemplo, o aval necessário do Estado ao empréstimo da Madeira, que permitiria poupança na ordem dos 60 milhões de euros, e uma lei fiscal própria, essenciais para o plano de recuperação da Região Autónoma da Madeira”, afirmou Albuquerque numa resposta escrita ao i.

Na Madeira, Albuquerque tem um apoio de peso se pretender concorrer: Alberto João Jardim. 

O histórico dirigente regional da Madeira já o lançou para a corrida a Belém há dois meses. No sábado, ao semanário SOL, Jardim voltou a quebrar o silêncio sobre o tema. “Apoio o presidente do Governo Regional da Madeira se, como espero, tiver a ousadia de se apresentar”. Em relação ao mandato de Marcelo, Jardim também foi claro: “Muito confundido com o Governo Costa e sem intervenções fundamentais no rumo que o país tomou”. 

Sobre o apoio dado por António Costa e outros socialistas ao atual Presidente, o antigo líder da Madeira respondeu com a sua habitual ironia. “Por princípio, não me fio em António Costa. Pode até ser o beijo de Judas, para descalçar Marcelo Rebelo de Sousa, de um lado, e depois, do outro, esvaziá-lo”.

De realçar que Albuquerque chegou a defender que o PSD dê liberdade de voto nas presidenciais, caso decida ser candidato à Presidência da República. E fê-lo no início de junho. Mas o presidente do PSD, Rui Rio, afastou tal ideia.