PSD vai chamar a ministra da Segurança Social ao Parlamento  “com caráter de urgência”

PSD vai chamar a ministra da Segurança Social ao Parlamento “com caráter de urgência”


Social-democratas anunciaram que vão chamar também ao Parlamento a ministra da Saúde, Marta Temido.


O PSD vai chamar a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, “com caráter de urgência”, à Assembleia da República.

Num comunicado a que o SOL teve acesso, os sociais-democratas explicam que querem ouvir Ana Mendes Godinho “sobre o sucedido no Lar de Reguengos de Monsaraz, que levou à morte de 18 idosos, por alegada falta de cuidados médicos adequados”.

Na sequência do requerimento do PSD, que será entregue na segunda-feira, está também a entrevista da ministra publicada este sábado, no Expresso.

O partido liderado por Rui Rio considera que na entrevista “ a governante desvaloriza a situação dos lares e a sua fiscalização”.

“Por considerar que a ministra se está a demitir das suas funções, o PSD irá chamar também ao Parlamento a ministra da Saúde, para saber qual o plano do Governo para prevenir e combater, de forma articulada, os focos de contágio relacionados com a covid-19”, adianta o PSD.

De realçar que, na referida entrevista, Ana Mendes Godinho admitiu que faltam funcionários nos lares, lembrando que há um programa para colmatar essa falha, mas considerou que a dimensão dos surtos de covid-19 "não é demasiado grande em termos de proporção".

"Se nos compararmos com outros países da Europa, 38,8% das mortes ocorridas em Portugal são de pessoas que estavam em lares; em França, a taxa de incidência é de 50%, na Bélgica de 51%, em Espanha de 60%”, disse.

“Em abril, tínhamos 365 surtos em lares e hoje [quinta-feira] temos 69 ativos, o que significa que houve uma grande capacidade de acompanhamento”, sublinhou. "Claramente, temos menos incidência", destacou.

“Temos 3% do total dos lares e temos 0,5% das pessoas internadas em lares que estão afetadas pela doença. A dimensão dos surtos não é demasiado grande em termos de proporção. Mas, claro, isto não significa que não devamos estar preocupados”, acrescentou ainda.

A ministra admitiu ainda que não leu o relatório da auditoria feita pela Ordem dos Médicos ao lar de idosos de Reguengos de Monsaraz e defendeu que não faz sentido falar sobre a situação, lembrando que está a decorrer um inquérito por parte do Ministério Público, sendo necessário esperar pelas conclusões.