Ferro Rodrigues condena e-mail dirigido ao SOS Racismo e defende deputados

Ferro Rodrigues condena e-mail dirigido ao SOS Racismo e defende deputados


“A tentativa de intimidar deputados e ativistas políticos reveste-se de gravidade suficiente para que, enquanto Presidente da Assembleia da República, não possa – nem queira – deixar de a condenar”, afirmou o presidente da Assembleia da República.


O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, já reagiu às ameaças dirigidas às deputadas do Bloco de Esquerda Beatriz Dias e Mariana Mortágua, à deputada não inscrita Joacine Katar Moreira e a  mais sete ativistas, num e-mail dirigido ao SOS Racismo e repudiou a atitude. 

Ferro Rodrigues apelidou os autores do e-mail anónimo, onde as deputadas foram avisadas que tinham "um prazo de 48 horas" para "rescindirem das suas funções políticas e deixarem o território português" caso contrário medidas seriam tomadas "contra estes dirigentes e os seus familiares", de "grupúsculo de extrema-direita".

"A tentativa de intimidar deputados e ativistas políticos reveste-se de gravidade suficiente para que, enquanto Presidente da Assembleia da República, não possa – nem queira – deixar de a condenar, manifestando também todo o meu apoio aos visados", escreveu Ferro Rodrigues, numa mensagem enviada à Lusa esta quinta-feira. 

O presidente da AR diz ainda que estas atitudes podem constituir um crime e que a situação em concreto, "conforme é público, já está a ser investigada por parte das autoridades judiciárias". Ferro Rodrigues aproveitou ainda a oportunidade para sublinhar a "inteira confiança nas deputadas e nos deputados do nosso parlamento, guardiões da nossa democracia, para saber que nunca deixarão os seus atos e as suas opiniões serem condicionadas por vãs tentativas de intimidação por grupúsculos inimigos dos direitos e das liberdades fundamentais".

Na mensagem, Eduardo Ferro Rodrigues alertou ainda para o facto de a "direita populista e extremista está a tentar, em muitas democracias consolidadas, ressuscitar do passado de triste memória uma agenda anti-democrática".