Líbano. Presidente sabia que existia uma “grande quantidade” de nitrato de amónio armazenada no porto de Beirute

Líbano. Presidente sabia que existia uma “grande quantidade” de nitrato de amónio armazenada no porto de Beirute


Segundo a mesma nota, o assessor do Presidente terá informado o Conselho de Ministros “para que se tomasse as medidas necessárias” e o secretário-geral do Conselho Supremo da Defesa terá remetido o texto aos departamentos “competentes”.


O Presidente do Líbano, Michel Aoun, reconheceu, esta quarta-feira, que sabia da existência de uma “grande quantidade” de nitrato de amónio no porto de Beirute.

"O Presidente Aoun foi informado em 20 de julho de 2020, através do relatório de segurança do Estado, da presença de uma grande quantidade de nitrato de amónio num armazém do porto de Beirute e o conselheiro militar de sua excelência [o chefe de Estado] informou o secretário-geral do Conselho Supremo da Defesa", escreveu fonte da Presidência na rede social Twitter.

Segundo a mesma nota, o assessor de Aoun terá informado o Conselho de Ministros “para que se tomasse as medidas necessárias” e o secretário-geral do Conselho Supremo da Defesa terá remetido o texto aos departamentos "competentes”.

"A Presidência da República deseja que a investigação judicial siga o seu curso, usando de todas as experiências para mostrar a verdade completa sobre a explosão, as suas circunstâncias e os responsáveis a todos os níveis", acrescenta.

A mensagem surge após os rumores de que tanto o Presidente, como o primeiro-ministro, Hasan Diab, que entretanto se demitiu, sabiam da existência do componente para explosivos e fertilizante químico.

A pressão no Líbano tem vindo a crescer desde que as explosões ocorreram, a 4 de agosto, e os protestos têm-se multiplicado Os manifestantes pedem a saída de toda a classe política e de alguns setores políticos dos comandos do país. Segundo o balanço mais recente, elaborado esta terça-feira, as explosões causaram 171 mortos e deixaram mais de seis mil pessoas feridas. Mais de 300 mil pessoas terão ficado desalojadas.