Drogas leves. Juventude Popular não tem “vergonha” de ser contra

Drogas leves. Juventude Popular não tem “vergonha” de ser contra


JP garante que a esquerda não vai descansar enquanto não levar debate sobre legalização ao Parlamento e recusa “caminho destrutivo e perigoso”.


A Juventude Popular (JP) assume uma posição contra a legalização das drogas leves para fins recreativos. O debate poderá voltar ao Parlamento durante esta legislatura e os jovens centristas defendem que é preciso “salvaguardar a saúde e a sanidade mental de cada um”.

A estrutura liderada por Francisco Mota garante que não tem “vergonha de ser uma juventude partidária contra a legalização das drogas leves” para fins recreativos e rejeita alinhar com “um caminho perigoso e destrutivo que coloca em causa a vida” das pessoas.

A posição da JP surge depois de o Bloco de Esquerda ter sugerido que vai insistir na proposta para legalizar a canábis para fins recreativos. “A esquerda não descansará enquanto não levar ao parlamento o debate da legalização das drogas. A P opta por uma lógica preventiva e de sensibilização e nunca promoverá a legalização de substancias ilícitas que causam efeitos preocupantes e irreversíveis na saúde dos portugueses”.

Esta é uma das ideias que a JP apresenta no documento intitulado “De uma geração, para Portugal”, que foi entregue, esta segunda-feira, ao Presidente da República. Oobjetivo é apresentar um conjunto de soluções para enfrentar a crise económica e social provocada pela pandemia. “As circunstâncias difíceis que estamos viver exigem que seja dada uma resposta com responsabilidade política. Este documento transmite que o melhor que o Governo poderia fazer seria dar um apoio claro à economia real, ao país real, às empresas. Só assim é possível criar riqueza”, diz ao i Francisco Mota, presidente da JP.

O documento tem 48 páginas e apresenta propostas para o aumento da natalidade, a coesão territorial, a política fiscal, a saúde e, entre outras áreas, a educação. Francisco Mota defende que “não podemos cometer os mesmos erros que nos levaram à bancarrota” e temos de utilizar com eficácia os fundos europeus para enfrentar a crise provocada pela pandemia.

 

Interior com mais deputados

A desertificação e o envelhecimento da população no interior do país foi outra das preocupações que a delegação da JP apresentou a Marcelo Rebelo de Sousa. Os jovens centristas defendem a criação de uma rede de acompanhamento constituída por gestores e empresários para apoiar os jovens empreendedores que queiram lançar negócios no interior do país. O líder da JP considera que temos “um país a duas velocidades” e lamenta que exista “uma luta entre o urbano e o rural” promovida por partidos como o Bloco de Esquerda e o PAN. “Há uma mensagem ideológica patrocinada por partidos como o PAN e o BE que olham para o mundo rural como um inimigo do ambiente quando os agricultores são os principais ambientalistas”.

Uma das soluções apresentadas pela JP é uma alteração ao sistema eleitoral que permita a eleição de mais deputados pelo interior do país. A ideia seria criar um círculo compensatório que permitisse que “todos os votos contassem”. O líder dos jovens populares lembra que “apenas 10% dos deputados” representam o interior e com este modelo “continuaremos a ter uma parte do país abandonada, porque não tem voz”. 

 

Presidenciais

A JP recusa, para já assumir, uma posição em relação às presidenciais. “Não somos uma juventude autocrática e somos institucionais. Respeitamos o nosso Conselho Nacional, que em tempo devido irá reunir e tomar uma decisão na certeza que a JP pode não apoiar o candidato do partido, como já aconteceu por diversas vezes, mas nunca estará contra o partido.”, diz Francisco Mota.