Apoio ao Algarve: Governo é frugal


Trezentos milhões não tapam nem pés nem cabeça. Cada dia que passa é um dia que se perde para salvar empresas e empregos.


Em nome do Governo, o Primeiro-Ministro, após a atribuição do pacote europeu de 15,3 mil milhões a fundo perdido a Portugal, anunciou um fundo de recuperação para o Algarve com dotação de 300 milhões de euros. Não faltaram as vozes partidárias, sob a capa das instituições que representam, em grande exaltação, a prestarem-se às maiores reverências para com o Governo do seu próprio partido, num serviço ao Algarve com tanto de inútil como de infundado.
A afirmação do Primeiro-Ministro de que o montante em causa servirá para responder à necessidade de diversificação da economia, ao investimento em infraestruturas, bem como à saúde, não tem remota relação com a dimensão do problema que se diz querer resolver. O Hospital Central do Algarve estava previsto custar em 2006 250 milhões de euros! Não é preciso mais para se perceber quanto a manta é curta, não tapando os pés nem a cabeça. Nem suscita qualquer confiança quando quem promete são os mesmos que ao longo dos últimos anos, mesmo em tempo de carga fiscal record, conduziram o investimento na região ao patamar mais baixo de sempre, falhando todos os compromissos, desde a ferrovia, à 125, investimento nos hospitais, portos, água ou qualquer outro.

Importa que todos tenham presente o que está a acontecer : o Algarve perde hoje perto de 500 milhões por mês; a região regista um crescimento de 230% no desemprego em relação ao período homólogo, contando com cerca de 30000 desempregados, cerca de 10 vezes superior à média nacional; regista, no quadro do país, o maior número de falências per capita; soma já problemas sociais gravíssimos que exigem medidas de emergência. Infelizmente, todos estes problemas vão-se agravar. O necessário, imprescindível, é trazer ajuda de emergência para as empresas e famílias.
Trezentos milhões não são a resposta, muito menos 300 milhões sem um programa específico, sem medidas concretas e sem calendário definido. Cada dia que passa é um dia que se perde para salvar empresas e empregos – essa neste momento a verdadeira prioridade – e dar futuro e esperança aos algarvios. A ajuda não pode vir tarde de mais.

O Governo está a ser frugal com o Algarve. Está para o Algarve tal como a Holanda e outros países estavam para Portugal e outros países menos abonados quando impediam um acordo.

É imperioso ter um pacote robusto, de modo a salvar o ainda tem remédio e arrancar com uma economia mais diversificada. Um pacote robusto em termos sociais, sobretudo quando muitos nem acesso,em razão da sazonalidade, têm ao subsídio de desemprego ou qualquer outro apoio social. Um pacote que chegue rápido, não anúncios vazios de conteúdo, desenhado para criar expetativas que os próprios números desmentem.

Deputado

Apoio ao Algarve: Governo é frugal


Trezentos milhões não tapam nem pés nem cabeça. Cada dia que passa é um dia que se perde para salvar empresas e empregos.


Em nome do Governo, o Primeiro-Ministro, após a atribuição do pacote europeu de 15,3 mil milhões a fundo perdido a Portugal, anunciou um fundo de recuperação para o Algarve com dotação de 300 milhões de euros. Não faltaram as vozes partidárias, sob a capa das instituições que representam, em grande exaltação, a prestarem-se às maiores reverências para com o Governo do seu próprio partido, num serviço ao Algarve com tanto de inútil como de infundado.
A afirmação do Primeiro-Ministro de que o montante em causa servirá para responder à necessidade de diversificação da economia, ao investimento em infraestruturas, bem como à saúde, não tem remota relação com a dimensão do problema que se diz querer resolver. O Hospital Central do Algarve estava previsto custar em 2006 250 milhões de euros! Não é preciso mais para se perceber quanto a manta é curta, não tapando os pés nem a cabeça. Nem suscita qualquer confiança quando quem promete são os mesmos que ao longo dos últimos anos, mesmo em tempo de carga fiscal record, conduziram o investimento na região ao patamar mais baixo de sempre, falhando todos os compromissos, desde a ferrovia, à 125, investimento nos hospitais, portos, água ou qualquer outro.

Importa que todos tenham presente o que está a acontecer : o Algarve perde hoje perto de 500 milhões por mês; a região regista um crescimento de 230% no desemprego em relação ao período homólogo, contando com cerca de 30000 desempregados, cerca de 10 vezes superior à média nacional; regista, no quadro do país, o maior número de falências per capita; soma já problemas sociais gravíssimos que exigem medidas de emergência. Infelizmente, todos estes problemas vão-se agravar. O necessário, imprescindível, é trazer ajuda de emergência para as empresas e famílias.
Trezentos milhões não são a resposta, muito menos 300 milhões sem um programa específico, sem medidas concretas e sem calendário definido. Cada dia que passa é um dia que se perde para salvar empresas e empregos – essa neste momento a verdadeira prioridade – e dar futuro e esperança aos algarvios. A ajuda não pode vir tarde de mais.

O Governo está a ser frugal com o Algarve. Está para o Algarve tal como a Holanda e outros países estavam para Portugal e outros países menos abonados quando impediam um acordo.

É imperioso ter um pacote robusto, de modo a salvar o ainda tem remédio e arrancar com uma economia mais diversificada. Um pacote robusto em termos sociais, sobretudo quando muitos nem acesso,em razão da sazonalidade, têm ao subsídio de desemprego ou qualquer outro apoio social. Um pacote que chegue rápido, não anúncios vazios de conteúdo, desenhado para criar expetativas que os próprios números desmentem.

Deputado