Fake News. Rússia pode estar outra vez a manipular eleições dos EUA

Fake News. Rússia pode estar outra vez a manipular eleições dos EUA


Os EUA acusam novamente agentes russos de espalharem fake news. Novo ataque pode estar ligado às presidenciais de novembro.


O Governo dos Estados Unidos identificou dois agentes dos serviços secretos militares russos suspeitos de ajudarem a disseminar desinformação através de páginas na internet como forma de de influenciar as eleições presidenciais de novembro.

Alguns dos tópicos mais comuns destas fake news envolvem o coronavírus, a política americana e assuntos internacionais.

Os dois agentes russos, ambos ocuparam altos cargos no serviço de inteligência militar de Moscovo, conhecido como GRU, utilizaram as suas ligações ao centro de informação do governo, InfoRos, e outros sites para espalhar desinformação sobre a pandemia, nomeadamente, criando uma falsa acusação por parte da China que culpava os militares dos EUA de criarem o coronavírus ou que a Rússia iria prestar assistência médica em Washington.

Os funcionários americanos que denunciaram este caso, sob condição de anonimato, porque não estavam autorizados a falar publicamente, explicaram que apenas o fizeram agora porque a informação tinha sido previamente classificada.

Com estes dados desclassificados, os funcionários estão a tentar expor a desinformação e uma ligação entre as páginas e os serviços secretos russos.

Uma das fontes disse à Associated Press que, entre finais de maio e princípios de junho, que três websites publicaram cerca de 150 artigos sobre a resposta à pandemia, incluindo uma cobertura destinada a apoiar a Rússia e a denegrir os EUA.

Eleições à Vista A divulgação deste caso surge quando a difusão da desinformação, inclusive por parte da Rússia, é uma preocupação urgente dada as eleições presidenciais norte americanas em novembro. Os funcionários norte-americanos querem evitar o que aconteceu em 2016, quando a Rússia lançou uma campanha encoberta nos meios de comunicação social para dividir a opinião pública americana a favor do então candidato Donald Trump com a utilização de bots e e contas falsas nas rede sociais.

“As agências de inteligência russas estão a assumir um papel mais central nos esforços de desinformação que estão a surgir na Rússia”, disse Laura Rosenberger, diretora da Aliança para a Segurança Democrática.

Os funcionários americanos mencionaram que, para além da agência noticiosa, InfoRos.ru, os sites Infobrics.org e OneWorld.press, estão a ser acusados de espalhar desinformação.

Depois da divulgação desta informação, o OneWorld.Press publicou uma declaração afirmando que qualquer acusação sobre colaborações com a inteligência russa eram “categoricamente falsas”, acrescentando ainda, embora sem provas, que as acusações sobre os esforços da propaganda dos serviços de inteligência russa estavam a ser espalhadas por autoridades que pretendiam prejudicar a reeleição de Donald Trump.

Segundo o New York Times, na semana passada, os serviços de inteligência alertaram que, além da Rússia, também a China e o Irão poderão tentar interferir nas eleições.