PJ detém cinco profissionais de saúde por ‘venderem’ tratamento falso para a covid-19

PJ detém cinco profissionais de saúde por ‘venderem’ tratamento falso para a covid-19


Os detidos são dois homens e três mulheres. 


Cinco profissionais de saúde foram detidos, esta quinta-feira, pela Polícia Judiciária, suspeitos de estarem a convencer vários utentes que a ozonoterapia é um tratamento eficaz para eliminar o novo coronavírus ou ganhar imunidade contra a covid-19.

Os detidos são dois homens e três mulheres, que estão a ser acusados de organizarem um esquema fraudulento de prestação de tratamentos não comparticipados por qualquer subsistema de saúde, sobretudo, pelo Instituto de Proteção e Assistência na Doença (ADSE). "Porém, pelo facto de serem faturados atos diferentes daqueles que são realizados, os subsistemas procedem aos pedidos de reembolsos apresentados pelos seus beneficiários", refere a PJ.

Os atos em investigação relacionam-se com a realização de ozonoterapias por profissionais que não estão devidamente habilitados, que não são comparticipadas pelos subsistemas de saúde, sendo que também não existe qualquer convenção ou protocolo entre a ADSE e as ditas clínicas. "Existem indícios que os suspeitos recorrem ainda a práticas pouco esclarecedoras, convencendo os utentes de que a ozonoterapia se mostra eficaz no tratamento da covid-19 ou de que permite ganhar imunidade, explorando a fragilidade e vulnerabilidade de pessoas receosas do vírus ou mesmo infetadas, sabendo os suspeitos que com a prática destes atos podem contribuir para a propagação de doença contagiosa, criando perigo para a vida ou perigo grave para a integridade física das vítimas e de terceiros", acrescenta a nota das autoridades.

A investigação, apelidada Operação Terapia, realizada com a colaboração do Ministério da Saúde e da Ordem dos Médicos, está a investigar várias clínicas médicas, residências e empresas e a dar cumprimento a vários mandados de detenção "relacionados com factos suscetíveis de enquadrar, em abstrato, os crimes de corrupção ativa e passiva, burla qualificada, falsificação de documento e propagação de doença", de acordo com um comunicado da PJ.

Os detidos irão ser presentes às autoridades judiciárias competentes para primeiro interrogatório judicial e aplicação de medidas de coação tidas por adequadas.