A questão dos regimes e das fidelidades…


A educação de um povo é que vai determinar o regime, a solidariedade, o nível de vida, a economia e a forma como esse país se vai relacionar com terceiros.


Num mundo moderno, como o atual, com pouca solidariedade, com muito egoísmo, muito individualismo, com pessoas com alguma falta de caráter e, por vezes, com poucas fidelidades, quer verticais quer horizontais, impressiona ver, que simultaneamente, há gente fiel a determinadas ideologias e a crenças religiosas, que, por vezes, de racional pouco têm, já que atropelam princípios, regras e até leis, em negação da lógica, da moral e dos Direitos Humanos, mas sempre com a desculpa de estarem a proteger um bem maior, no seu entender.

A felicidade de um povo, de um país, das famílias e dos cidadãos, depende, hoje, do desenvolvimento humano que os governantes possam facultar aos seus concidadãos. Hoje, o nível de vida mínimo, com a satisfação das necessidades básicas, para os cidadãos, não depende da ideologia, mas sim da economia, do equilíbrio das contas, mas com uma distribuição dos recursos existentes, equitativa, justa e, sobre tudo, proporcional ao esforço desenvolvido por cada um.

Catarina da Rússia, quando escrevia, para França, ao cardeal Richelieu, dizia-lhe “que era perigoso educar o povo”!

A educação de um povo é que vai determinar o regime, a solidariedade, o nível de vida, a economia e a forma como esse País se vai relacionar com terceiros.

Quando alguém manda cortar a cabeça a outrem, mesmo tendo Poder para o fazer, só porque o seu primeiro-ministro, vivendo uma “utopia”, lhe diz que :”primeiro Deus e depois o rei”, o mandante fá-lo por despeito, não o faz em nome da felicidade do povo.

Há pessoas que, por falta de educação, não conseguem ser autónomas no seu pensamento. Lacordaire dizia que “era a lei que libertava e a liberdade que oprimia”.

Temos para nós que só somos livres quando temos a cultura suficiente para pensarmos pela nossa cabeça e sermos nós a escolher o nosso destino. A democracia Ocidental só pode existir entre iguais, sendo a igualdade entre todos o princípio fundamental. Um Ministério da Educação de um país civilizado deve proporcionar, a todos os cidadãos, uma educação neutra, em matéria política, mas esclarecedora, o mais abrangente possível, de modo a preparar o futuro adulto para poder ter uma opinião formada acerca daquilo que quer e que será o seu caminho. O Ministério da Educação é pois a chave do futuro. Ele não deve “formatar” os cidadãos, ele deve trabalhar para que eles no futuro, sejam livres de escolher as suas opções, que lhes devem ser propostas e não impostas.

A educação para a igualdade, é com certeza, um escolho no caminho daqueles que, pela força, querem impor as suas ideias a terceiros, mas é isso, a nosso ver, que um governo democrático deve fazer. Caso assim não suceda podemos dizer que, à partida, o jogo está viciado. E podem crer que a “iniciação desportiva”, a começar aos 4 anos de idade, dirigida por professores pedagogos, e não PTs”, como agora alguns se intitulam, com regras rigorosas e princípios, baseados no respeito pelos outros e por si próprios, é que é a verdadeira iniciação à vida em sociedade que vai determinar o futuro de um povo, quer se goste ou não.

Sociólogo

Escreve quinzenalmente