A Associação da hotelaria, restauração e similares de Portugal (Ahresp) divulgou, ontem, um inquérito que vem confirmar a difícil e lenta retoma dos setores da restauração e alojamento local nesta fase de retoma pós-estado de emergência.
Segundo a associação, mais de 54% dos restaurantes estimam não conseguir faturar, em junho, o suficiente para suportar os encargos com pessoal, fornecedores e contas correntes. Caso se confirme este cenário, 36% destas empresas pondera mesmo avançar para insolvência até ao final do mês, “empurrando” para o desemprego, na esmagadora maioria dos casos, entre seis a dez trabalhadores – e nem a prorrogação do layoff, pedido por 75% das empresas, parece ser suficiente para evitar os encerramentos definitivos.
Feitas as contas, o inquérito indica que apenas 60% do setor reabriu portas em junho e, mesmo nestes casos, mais de 45% das empresas tem registado uma faturação média diária abaixo dos 10% e 24% entre 11% e 20%, em comparação com os valores registados no mesmo período do ano passado. Por outro lado, 34% das empresas ainda nem sequer sabe quando vai reabrir – ou mesmo se o conseguirá voltar a fazer.
Até maio, 91% do setor da restauração não efetuou despedimentos, no entanto, mais de 18% das empresas assume agora que não vai conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do ano, enquanto 73,5% das empresas ainda não sabe se vai conseguir manter o total dos seus trabalhadores.
Alojamento local sofre. O negócio do alojamento local também procura recuperar do encerramento forçado pela pandemia, mas as dificuldades são muitas.
Em maio, 70% do setor encerrou temporariamente a atividade. Segundo o inquérito da Ahresp, somente 34% das empresas manifestaram a intenção de reabrir em junho e 30% apenas em julho.
De acordo com o relatório, “as perspetivas para a época alta são dramáticas”, predominando, para já, uma total incerteza. Face às estimativas de faturação de junho, mais de 36% das empresas acredita que não irá conseguir suportar os encargos habituais e 18% pondera mesmo avançar para a insolvência.
E embora 93% do setor não tenha despedido em maio, 14% das empresas assume agora que não vai conseguir manter todos os postos de trabalho em 2020 e mais de 63% ainda não sabe se vai conseguir manter o total dos seus trabalhadores.