O Santuário de Fátima revelou este domingo que foram identificados 16 casos positivos para a covid-19 entre os seus colaboradores, todos ligados ao coro. De acordo com um comunicado, na sexta-feira o Santuário de Fátima foi informado de que um colaborador estava infetado, pelo que deu indicação de isolamento profilático a todos as pessoas que estiveram em contacto com esse colaborador e de testes a todos os colaboradores internos e aos membros do coro.
"No sábado foram realizados 244 testes, dos quais resultaram 16 casos positivos e 228 negativos", lê-se no comunicado.
Desde o início da epidemia têm sido identificados clusters de casos de covid-19 em coros. Em março, ainda antes do lockdown, uma atuação de um coro holandês foi associada a 102 casos, uma situação dramática que resultou na morte de quatro dos membros do colectivo Amsterdam Mixed Choir.
Registaram-se já situações idênticas noutros países, o que tem levado a alguma análise sobre o risco de cantar em grupo numa altura em que a epidemia não está controlada e existe transmissão assintomática. Nos EUA, onde um cluster num coro em Washington fez duas vítimas mortais, o Centro de Controlo e Prevenção e Doenças acabou por não emitir um alerta especial para os coros quando elaborou regras para os cultos religiosos, mas a decisão foi contestada no início do mês por alguns investigadores, que admitem que o facto de o canto exigir uma inspiração e exalação mais profunda pode aumentar o risco de inalação de gotículas. "Remover essa orientação é extremamente perigoso e irresponsável", disse na altura Jose Jimenez, da Universidade do Colorado, citado pelo Guardian. Já o Centro Europeu de Controlo de Doenças inclui o canto em grupo na lista de situações para as quais existe evidência de transmissão da doença em locais confinados e com muitas pessoas.
Nas orientações da Direção Geral de Saúde sobre medidas de prevenção e controlo em Locais de Culto e Religiosos não existe nenhuma indicação específica para os coros. As normas incluem várias regras a observar, como o arejamento dos espaços e a distância de dois metros entre pessoas que não sejam cohabitantes.