O Chega está a organizar uma manifestação, em Lisboa, com o lema “os portugueses não são racistas”. André Ventura vai liderar a manifestação agendada para dia 27 de Junho e estão a ser convocados militantes, simpatizantes e dirigentes de todo o país.
A manifestação terá palavras de ordem como: “os portugueses não são racistas” e “quem quer direitos tem de ter deveres”, diz ao i André Ventura. “Tal como respeitámos a manifestação promovida pela esquerda e pela extrema-esquerda, esperamos que respeitem a nossa manifestação e se evite a violência”, acrescenta o líder do Chega. O também deputado e candidato à presidência da República revela ainda que “a manifestação terá um percurso de duas horas e terminará frente ao Palácio de Belém”.
A iniciativa, promovida pelo Chega, surge umas semanas depois das manifestações contra o racismo realizadas em vários pontos do país por causa da morte de George Floyd. André Ventura considerou uma “vergonha nacional” as manifestações do dia 6 de junho por não respeitarem as restrições impostas por causa da pandemia. Ao i, o líder e deputado do Chega garante que “serão distribuídas instruções a todos os manifestantes, quer do ponto de vista sanitário, quer do ponto de vista de segurança e para evitar eventuais confrontos. Será distribuído material de proteção e procurará manter-se a distância de segurança”.
Numa intervenção no Parlamento, o deputado do Chega defendeu que “o racismo estrutural é um fantasma que não existe em Portugal”. Para André Ventura, o debate sobre o racismo só serve para esconder vários casos de corrupção. “Não há racismo estrutural em Portugal. A esquerda aproveita-se do fantasma do racismo para promover violência e desordem”, afirma.
“Isto só vai lá à bastonada” O Chega apresentou um projeto de lei, na Assembleia da República, para punir com pena de prisão até cinco anos quem destruir “símbolos ou figuras de reconhecido valor ou significado histórico”.
Na sequência da polémica com a estátua do Padre António Vieira, o deputado único do Chega avançou com uma proposta para punir com pena de prisão até cinco anos ou com pena de multa até 600 dias “quem destruir, danificar, desfigurar, ou por qualquer outro meio vandalizar” um “monumento público, em especial todo aquele que representar feitos, símbolos ou figuras de reconhecido valor ou significado histórico”.
O diploma da autoria de André Ventura refere que as ações de vandalismo contam com “o apoio da esquerda política e politizada” que pretende “reescrever, à sua maneira deturpada, uma História com muitos séculos”.
André Ventura defende ainda, no projeto de lei que foi já entregue no Parlamento, que “a infeliz morte de George Floyd deveria ter sido o mote para uma discussão séria sobre racismo e sobre desigualdade social. No entanto, a esquerda preferiu usar a morte do cidadão norte-americano como gasolina para inflamar os ânimos nacionais”.
O líder do Chega já escreveu vários textos nas redes sociais contra a destruição de estátuas. “Isto já só vai lá à bastonada. Para verem que em Portugal não se brinca”, afirmou o deputado do Chega, em reação à notícia de que a estátua do Cónego Eduardo Melo, em Braga, foi vandalizada. “Não me venham com as tretas da violência policial: têm de aprender, a bem ou a mal, o que é viver em sociedade”, acrescentou.