Preços baixos. Como comprar e vender em segunda mão

Preços baixos. Como comprar e vender em segunda mão


A moda da compra e venda de artigos em segunda mão não é nova. A fórmula de sucesso para este negócio é simples: uns libertam-se do que já não precisam e outros conseguem comprar os mais variados bens a preço de saldo. E numa altura em que os rendimentos dos portugueses podem ser mais curtos,…


Feiras e mercados. Nem sempre é gratuito, muitos cobram inscrição 

Agora que as feiras voltaram a ser permitidas, apesar da pandemia provocada pela covid-19, uma das soluções passa por ir à feira da ladra, de antiguidades ou simplesmente de segunda mão, onde pode encontrar um pouco de tudo. São ideais para encontrar peças verdadeiramente antigas e bem conservadas por verdadeiras pechinchas. Esta opção já foi assumida até por figuras públicas que encaram estes espaços como um meio de se “livrarem” de artigos antigos ou até de roupa em bom estado. Em Lisboa visite a Feira da Ladra, que tem lugar às terças e sábados no Campo de Santa Clara, mas para vender precisa de ter uma licença. Esta é obtida junto da câmara e são cobrados 1,60 euros por metro quadrado e por dia. Se a licença for de caráter continuado, as regras são diferentes. Neste caso, a atribuição do espaço é feita através de sorteio público e são cobrados 3,20 euros por metro quadrado e por dia. Pode ainda optar pelo LxMarket, que se realiza todos os domingos entre as 11 e as 20h na Lx Factory – a inscrição varia entre os 32,52 e os 37,52 euros, consoante o espaço ocupado. Já no Porto visite a Feira da Vandoma, que se realiza todos os sábados e é gratuita para vendedores eventuais. 

 

Lojas. Oferta alargada para todo o tipo de gostos

É possível encontrar verdadeiras redes de lojas de compra e venda de artigos em segunda mão. A Cash Converters é uma delas. Nesse espaço é possível encontrar a maior variedade de artigos que possa imaginar – desde joalharia a instrumentos musicais, passando por artigos de desporto ou bricolage, apresentando preços mais atrativos. Quem vende tem a vantagem de receber no momento e em numerário. Depois de um processo de inspeção, os artigos são colocados à venda. 

Outra alternativa é a Cash & Go, que também é especializada em compra e venda de artigos usados, mas funciona em regime de franchising. Tal como na Cash Converters, pode vender ou comprar os mais variados artigos em segunda mão com garantia de funcionamento que poderá ir de um a dois anos (no caso de equipamentos novos, com garantia de origem).

O segmento das crianças também não é esquecido. No Kid to Kid é possível vender e comprar artigos usados e encontrar artigos de marca com descontos que podem ir até aos 70%. Quem vender os artigos pode receber em dinheiro ou 20% mais em crédito para usar na loja.

Internet. Plataforma de excelência para este tipo de negócio

A internet surge como o espaço de excelência para este tipo de negócio e tem vindo a ganhar cada vez mais terreno de ano para ano. Pode adquirir em sites os mais variados artigos. O OLX e o Custo Justo são dois exemplos que têm vindo a ganhar cada vez mais adeptos junto dos consumidores portugueses. O primeiro oferece, a quem quer vender, a publicação sem custos de utilização nem comissões de venda. Ao vendedor é possível monitorizar o interesse do anúncio que colocou. Mas se quiser algum destaque, terá de pagar. Já o Custo Justo permite fazer uma seleção das ofertas e das vendas consoante a região. A ideia é simples: encontrar os artigos mais perto de si. Os anúncios ficam visíveis durante 60 dias e o vendedor consegue ter mais visibilidade se pagar. Outra alternativa passa pelo eBay. Como existe em vários países, é possível encontrar artigos que não se vendem cá. Neste caso, a transação terá de ser feita à distância. Para quem está apenas interessado no negócio automóvel, uma das opções passa por recorrer ao Standvirtual, mas terá de pagar. Já no caso de imóveis pode apostar no Imovirtual. 

 

Redes sociais. Aqui também há  espaço para trocas de artigos  

Além dos sites dedicados à compra e venda de produtos usados (ver caixa ao lado), também é possível encontrar nas redes sociais negócios idênticos, especialmente no Facebook. Aliás, esta rede social já disponibiliza o separador Marketplace. Numa primeira fase estava mais direcionado para o vestuário e acessórios mas, agora, o negócio é mais alargado. Além disso, nos últimos meses, esta moda também chegou aos blogues. Mas quem preferir artigos sem ser de moda tem os “Classificados”, que só aceitam participantes portugueses, limitam os posts a três por dia por utilizador e não permitem a repetição.

Para quem pretende apenas fazer trocas existem grupos no Facebook destinados especificamente a esse fim. Por norma, não são permitidas trocas que envolvam dinheiro e é possível trocar desde computadores a bicicletas, sofás, etc. Nestes grupos, qualquer tentativa de venda ou promoção de outros locais é liminarmente eliminada. A insistência nestas tentativas (claras ou dissimuladas) resulta na expulsão do grupo.

Bens em segunda mão chegam ao mercado de luxo 

Não pense que o negócio de compra e venda em segunda mão está reservado às pequenas marcas. Comprar produtos de luxo – que, normalmente, apenas estariam acessíveis às bolsas mais abastadas – já é uma realidade para os consumidores com orçamentos mais apertados.

Em lojas como a Quartier Latin, localizada no Porto, é possível adquirir artigos de luxo em segunda mão por metade do preço. Com nomes como Prada, Gucci ou Chanel, a Quartier Latin é um verdadeiro achado para quem não foge das tendências da moda e procura os artigos de coleções recentes a preços atrativos. A loja trabalha em sistema de consignação, ou seja, recebe as peças, faz a avaliação e propõe um valor de venda. Caso a peça seja vendida, o cliente recebe o valor da mesma, subtraído de uma comissão de 50%. Caso não seja, poderá recolher a sua peça após 60 dias. Outra solução é a Du Chic à Vendre, em Lisboa. Também esta loja funciona em sistema de consignação, o que significa que a marca não compra qualquer artigo: fica apenas com uma comissão dos bens que os clientes deixam para que sejam vendidos.

Dicas para comprar através da internet

Comparar ofertas

•  A oferta é variada e os preços também. Por isso, quando decidir o que quer, faça uma pesquisa para saber com maior exatidão quais os valores que são cobrados pela concorrência.

•  Além do preço mais favorável, há também outros cuidados a ter: a localização geográfica do comprador (principalmente se a entrega for feita em mão) e o estado do produto.

Evitar fraudes

•  Para evitar comprar gato por lebre, há uma série de tarefas que deve realizar para ficar a saber se a página onde pretende adquirir é fiável.

•  Desconfie sempre que encontrar produtos a preços muito inferiores em relação a outros anúncios semelhantes.

Contactar anunciante

•  Na maior parte dos casos, o primeiro contacto é feito através de email – com exceção dos anúncios de automóveis. Aproveite essa altura para saber mais informações sobre o produto em causa e se o preço poderá ser revisto.

•  Geralmente, o primeiro anunciante a responder é o que está mais recetivo a fechar negócio.

Comprar

•  Procure combinar a compra durante o dia, num local público e acessível a ambas as partes. Não se esqueça de que não conhece o vendedor. E, sempre que possível, vá acompanhado.

•  Opte por pagar em dinheiro para concluir rapidamente a transação. Se o artigo for de valor elevado, então recorra à transferência bancária.

Conferir estado

•  Se a compra for feita de forma presencial, tem oportunidade de confirmar se o artigo está em bom estado e, acima de tudo, se corresponde ao que viu no anúncio. 

Dicas para vender através da internet

Anunciar de forma atrativa e com imagem

•  Ter um título que chame a atenção pode fazer toda a diferença e, como tal, consegue-se concretizar o negócio mais rapidamente.

•  Aposte também numa boa descrição do produto e que não seja demasiado longa. Caso contrário, corre o risco de o anúncio ficar confuso.

•  Não se esqueça da imagem. É importante para qualquer comprador ver o que está a comprar. As possibilidades de venda são mais atrativas se colocar a fotografia do artigo que quer vender.

Fazer o preço

•  Antes de colocar qualquer produto na internet, faça o preço. Se ainda tiver as faturas dos artigos, dê-lhes uma vista de olhos para se relembrar de quanto pagou por eles. Seja como for, deve fazer uma pesquisa para saber o valor atual do produto.

•  Deve sempre colocar um preço abaixo do que está no mercado. Um valor demasiado elevado poderá inviabilizar qualquer contacto. Por exemplo, se quiser vender a sua máquina fotográfica e o preço de mercado for 500 euros, venda por 450 euros.

•  Sempre que possível, fixe um preço que seja negociável.

Vender

•  Para efetuar a venda, necessita de colocar o seu contacto pessoal ou de email. O negócio só está fechado quando o dinheiro estiver na sua mão e o produto na mão do comprador.

•  Procure combinar a troca durante o dia, num local público e acessível a ambas as partes. É de evitar receber alguém na sua residência, uma vez que não conhece o comprador.