Despejos. Realojadas sete pessoas de centro ilegal de Arroios

Despejos. Realojadas sete pessoas de centro ilegal de Arroios


Autarquia vai realojar em quartos ou centros de acolhimento algumas das pessoas que viviam no edifício. 


Sete das 13 pessoas que viviam ilegalmente num edifício que servia de apoio a pessoas em situação de sem-abrigo em Arroios, Lisboa – e foi alvo de despejo – vão ser realojadas pela autarquia em quartos ou centros de acolhimento, conforme avançou à Lusa fonte do gabinete do vereador do Bloco de Esquerda na Câmara Municipal de Lisboa com o pelouro da Educação e dos Direitos Sociais, Manuel Grilo.

“Esta foi uma solução encontrada pela câmara em conjunto com a Santa Casa da Misericórdia após uma reunião onde estiveram presentes também voluntários do centro e algumas das pessoas que estavam lá alojadas”, disse, explicando também que estão igualmente a ser criadas condições pela Santa Casa da Misericórdia para ajudar as restantes seis pessoas que também estavam no centro de apoio e foram despejadas na segunda-feira por um grupo de dez seguranças privados.O edifício havia sido ocupado pelo grupo Seara – Centro de Apoio Mútuo de Santa Bárbara -, que se apropriou do prédio, um infantário abandonado, e acabou por não resistir ao despejo.

Em declarações feitas na sua página de Facebook, Manuel Grilo defendeu que “a ação dos proprietários roça a ilegalidade e a polícia não pode ser conivente com milícias privadas. Só vamos vencer esta crise social da covid-19 com apoio mútuo e quem se mobilizou para apoiar quem mais precisa não pode ser ameaçado desta maneira”. No entanto, a sua postura foi ontem criticada tanto pelo líder da bancada do PS na Assembleia Municipal, Manuel Lage, como pelos vereadores do CDS-PP na câmara de Lisboa, que pedem explicações.Na madrugada de segunda-feira, às 5h, recorde-se, um grupo de seguranças privados entrou no prédio para expulsar as pessoas que estavam no interior do edifício que foi ocupado pela associação já referida no início de maio. Desde essa altura que o trabalho ali desenvolvido era, sobretudo, de ajuda a pessoas carenciadas.

Durante o despejo, a Polícia de Segurança Pública (PSP) foi obrigada a intervir para dispersar os manifestantes e o corpo de intervenção foi chamado ao local. Foi até usado gás pimenta e houve mesmo registo de vários feridos, entre os quais três agentes da PSP. Os ânimos chegaram a exaltar-se durante a tarde, com muita gente a gritar “Seara fica”.