São João. No Porto pode festejar mas com bom senso

São João. No Porto pode festejar mas com bom senso


Em Lisboa, a PSP pede que se evitem espaços “demasiado ocupados” nas eventuais festas.


Além de Lisboa, também o Porto é palco de festividades, com as Festas de São João, entre 16 e 30 de junho. E, além de a cidade ter venda ambulante de manjericos, o presidente da câmara municipal, Rui Moreira, já admitiu que os portuenses são livres de assinalar a data, mas com precaução, “deambulando pela cidade” e juntando-se em pequenos grupos.

Mas, tal como em Lisboa, os grandes arraiais não vão acontecer. O tradicional fogo-de-artifício não vai realizar-se nem os concertos na Avenida dos Aliados, mas Rui Moreira diz ser possível as pessoas saírem à rua.

Em Lisboa, a Polícia de Segurança Pública (PSP) já manifestou preocupação em relação aos ajuntamentos que a época dos Santos Populares pode trazer em tempos de pandemia de covid-19. E garantiu ainda que o objetivo principal é eliminar a aglomeração de pessoas. Ao i, Nuno Carocha, porta-voz da PSP, explicou que as indicações das autoridades de saúde têm de ser devidamente respeitadas, mesmo em época de festas.

“A PSP terá com as festividades da cidade de Lisboa a preocupação e cuidado que tem manifestado com outras festividades e eventos com potencial para congregar um relevante número de pessoas, suscetível de contrariar as indicações das autoridades de saúde no presente contexto, bem como o respetivo quadro legal”, começou por referir, alertando a população para “evitar espaços demasiado ocupados, sejam fechados ou na via pública”, e que se mantenha o distanciamento social, respeitando “o limite de dez pessoas aglomeradas”.

“Por parte da PSP manteremos a postura de sensibilização e informação dos cidadãos que, até ao presente e durante todo o contexto da crise pandémica, tem garantido bons resultados quanto ao cumprimento das normas que permitem reduzir a possibilidade de contágio e de multiplicação das redes de disseminação”, concluiu Nuno Carocha.

No entanto, em Lisboa existe preocupação em torno do aumento de casos confirmados de covid-19. Nas últimas semanas, recorde-se, o i encontrou às sextas e aos sábados, por exemplo, grupos de jovens no Cais do Sodré a beber na rua, alguns aglomerados no Bairro Alto e ajuntamentos junto ao Miradouro da Senhora do Monte, na Rua Damasceno Monteiro. O álcool é comprado em estabelecimentos que vendem para fora nas imediações e a situação está já a provocar algum mal-estar, numa altura em que ainda é proibido o funcionamento de bares noturnos e discotecas. Há também relatos de situações semelhantes em bombas na Segunda Circular e na Charneca da Caparica.

Por isso, as festas realizadas na época de Santos Populares também podem vir a tornar-se perigosas para o contágio de covid-19. “Ainda aguardamos indicação sobre se as festividades poderão concretizar-se e em que condições”, indicou a PSP.