Marcelo recebe maçonaria para “uma conversa agradável”

Marcelo recebe maçonaria para “uma conversa agradável”


Presidente da República não colocou encontro na agenda oficial. Grão Mestre entrou pelo Páteo das Damas e reunião durou uma hora e meia.


O Presidente da República recebeu esta terça-feira a maçonaria em Belém para uma conversa sobre as consequências económicas e sociais da pandemia. O encontro, que durou cerca de uma hora e meia, não constava da agenda de Marcelo Rebelo de Sousa e não mereceu nenhuma referência na página oficial da presidência, ao contrário do que acontece com outras audiências.

“Foi uma conversa muito agradável, quase informal”, disse ao i Fernando Lima, grão-mestre do Grande Oriente Lusitano (GOL). O encontro foi pedido pela maçonaria com o objetivo de levar a Belém “as nossas preocupações relativamente ao que se passou e se vai passar a nível económico e social” por causa da pandemia, acrescenta Fernando Lima.

O grão-mestre do GOL realça que a instituição não foi “pedir nada” ao Presidente da República, mas apenas dar a conhecer as suas preocupações com o impacto da pandemia na vida dos portugueses. O aumento do desemprego e os problemas sociais foram alguns dos temas da conversa entre o Presidente da República e os maçons. “Estamos disponíveis para ajudar”, remata o grão-mestre do GOL, a mais antiga e influente obediência maçónica portuguesa. Fernando Lima está a terminar o seu terceiro mandato à frente da instituição. As eleições, que estavam marcadas para este sábado, foram adiadas por causa do coronavírus. 

 

Encontro discreto

Marcelo Rebelo de Sousa fez questão que o encontro fosse discreto. Fernando Lima e os vice-grão-mestres entraram pela porta lateral. Da agenda de Marcelo Rebelo de Sousa para esta terça-feira constava apenas a presença no espetáculo Deixem o Pimba em Paz, de Bruno Nogueira e Manuela Azevedo. Ao final da tarde, o Presidente da República publicou uma nota no site da presidência a dar conta de que “recebeu, no Palácio de Belém, Ricardo Cascalheira e Nuno Rosado, promotores do SOSCOVID”. Um movimento que produz e distribui gratuitamente “viseiras de proteção individual a profissionais de saúde, proteção civil, forças de segurança, bombeiros e crianças com dificuldades respiratórias”. O encontro com os maçons não mereceu nenhuma referência.