Quer mudar de operador ou escolher simplesmente o pacote de telecomunicações que mais se adequa ao seu caso? O ideal é fazer uma análise do que precisa e analisar os preços das várias ofertas. De acordo com um estudo feito pelo ComparaJá.pt para o i e tendo em conta as últimas 100 mil simulações, os pacotes 4P – que incluem TV, internet, telefone fixo e telemóvel – são os mais procurados (40%) pelos portugueses, seguindo-se os pacotes 3P (36%) – TV, internet, telefone fixo. Já os pacotes 5P – TV, internet, telefone fixo, telemóvel e banda larga móvel – são procurados por apenas 15% dos utilizadores, enquanto os pacotes 2P – que poderão incluir duas componentes entre TV, internet e telefone fixo, consoante a oferta da operadora – apenas são procurados por 9% dos consumidores.
O certo é que a escolha do pacote nem sempre é assim tão simples. “A escolha entre um pacote de telecomunicações mais básico face a um pacote mais completo deve ser bem ponderada de forma a evitarem-se custos acrescidos”, diz ao i José Figueiredo, CEO da plataforma. Mas os cuidados não ficam por aqui. Também escolher o mais caro nem sempre representa o melhor. “Pode acontecer optar-se por um pacote mais caro só porque permite o acesso a muitos canais e, depois, verificar-se que esses canais até nunca são vistos por ninguém na família. Ou então contratar-se um pacote com imensos minutos e dados no telemóvel e nunca se gastar nem metade do plafond mensal”, explica este responsável, acrescentando ainda que “a opção por um pacote bastante mais completo pode representar um acréscimo de apenas alguns euros por mês, mas a verdade é que, se tal não tiver uma utilidade real para os consumidores, estes estarão a gastar várias dezenas de euros por ano em vão só porque não fizeram uma escolha adequada às suas reais necessidades”.
Mas o reverso da medalha também pode acontecer. “Poderá acontecer optar-se por uma oferta com menos minutos no telemóvel, ou então menos dados móveis, e depois, por uso superior ao plafond mensal, ser necessário pagar por minutos ou dados extra, o que poderá tornar o pacote bastante mais dispendioso do que se se contratasse uma opção mais completa”, diz o responsável ao i.
Para evitar degradáveis surpresas, José Figueiredo aconselha os consumidores a analisarem as suas reais necessidades antes de contratarem um pacote de telecomunicações, pois só assim é possível garantir a escolha da oferta mais competitiva do mercado (ver coluna ao lado).
Mas quanto custa? No pacote mais procurado (4P), de acordo com o ComparaJá.pt, é possível encontrar ofertas que vão desde os 30 aos 51,99 euros mensais, se preferir um serviço mais económico. No entanto, se a escolha recair num pacote mais completo, as diferenças vão desde os 47,50 e os 77,90 euros mensais (ver quadro ao lado).
Mas a plataforma deixa um alerta: “As diferenças nos custos entre as ofertas 4P mais básicas da Meo e da Nos face às opções mais completas ascendem a 23 euros”.
Já em relação aos pacotes triple-play, os valores podem ir dos 24 aos 29,99 euros por mês, tendo em conta a oferta mais económica. Se optar por serviços mais completos, a diferença oscila entre os 23,50 e os 47,99 euros mensais (ver quadro ao lado).
“Com uma diferença de sete euros, é possível passar-se de uma velocidade de download de 30 Mbps, no caso da Meo, ou de 100 Mbps, no caso da Nos e da Vodafone, para uma velocidade de 500 Mbps ao optar-se pelas ofertas mais completas em detrimento das mais económicas. No caso da Nowo, a diferença é de 7,5 euros e permite duplicar a velocidade de download, passando de 120 Mbps para 240 Mbps”, salienta o estudo feito para o i.
O documento chama ainda a atenção para o facto de estas ofertas mais completas também permitirem o acesso a mais canais na televisão, “passando de 90 para 140, no caso da Nowo, de 100 para 140, no caso da Vodafone, de 120 para 180, no caso da Nos, e de 120 para 150, no caso da Meo”.
Cuidados a ter na escolha do serviço
Analisar ofertas:
• Contacte as operadoras e analise os preços. Não se guie apenas pelos valores indicados nos sites das empresas de telecomunicações.
• Escolha em função dos canais pretendidos e da utilização que faz dos diferentes serviços.
• Caso já tenha um serviço contratado pode negociar os valores com a concorrência. Em alguns casos, consegue com esta negociação a oferta do equipamento ou um desconto na mensalidade.
Alertas:
• Se lhe propuserem promoções, estude todas as condições para se certificar de que são realmente vantajosas. Por vezes, o desconto na mensalidade é de apenas um ou dois meses e um valor que parece atrativo revela-se superior ao de outra operadora.
• Se tiver mais do que uma proposta, antes de decidir compare todos os serviços incluídos, como a internet móvel ou videoclube, entre outros. Analise se são realmente úteis e se compensam a eventual diferença de preço.
Dúvidas a colocar:
• Quando é anunciado tráfego ilimitado, não se esqueça de questionar se a operadora aplica alguma política de utilização e pergunte como controlar o tráfego. Também há limites para as chamadas de voz que variam consoante a operadora; por isso, informe-se sobre os minutos aceites.
• Pergunte se há um período de fidelização e qual a duração. Na maioria dos tarifários é de 24 meses, mas existem alguns de 12 meses. Para desistir antes do final do prazo sem pagar mais, precisa de razões válidas, como nunca ter obtido a velocidade anunciada – algo, por vezes, difícil de provar. Mas nada garante que a operadora aceite os argumentos.