EUA. 36 mil mortes podiam ter sido evitadas caso medidas tivessem sido aplicadas duas semanas antes

EUA. 36 mil mortes podiam ter sido evitadas caso medidas tivessem sido aplicadas duas semanas antes


O vírus teria sido ainda menos letal se as medidas tivessem sido aplicadas ainda mais cedo, no dia 1 de março, reduzindo  os óbitos em 83%, ou seja: menos 56 mil mortes, estimam os investigadores da Universidade de Columbia. 


Caso os Estados Unidos tivessem imposto as medidas de distanciamento social uma semana antes, no dia 8 ao invés do dia 15 de março, podiam ter sido evitadas cerca de 36 mil mortes durante o surto do coronavírus, de acordo com novas estimativas dos modelos da Universidade Columbia.

Estas estimativas referem-se até dia 3 de maio e não tentam prever os efeitos do coronavírus (e a sua propagação) se se prolongassem as medidas de confinamento ou se se atrasassem a reabertura da economia – muda, simplesmente, o espaço temporal das medidas. O vírus teria sido ainda menos letal se as medidas tivessem sido aplicadas ainda mais cedo, no dia 1 de março, reduzindo  os óbitos em 83%, ou seja: menos 56 mil mortes, estimam os investigadores, até ao início deste mês. 

No dia 3 de maio, os Estados Unidos totalizavam 68 597 óbitos por covid-19, segundo o site Worldometers. Esta quarta-feira, registava mais de 95 mil, refere o mesmo site.  

O país tem de longe o maior número de infetados por covid-19, com os casos confirmados a cifrarem-se em mais de 1,5 milhões, atrás da Rússia, que regista mais de 317 mil infeções oficiais. 

Embora os Estados Unidos também registem o maior número de óbitos por covid-19 em todo o planeta, esses dados atenuam-se se contabilizarmos o rácio por cada um milhão de habitantes. Segundo o Worldometers, os Estados Unidos, nesta estatística, já se posicionam em 12º (319 por cada um milhão de habitantes): atrás de países como a Bélgica (o primeiro, se não contabilizarmos São Marino, com 793 óbitos causados pelo coronavírus por cada milhão de habitantes), Espanha ou Itália.

O primeiro caso nos Estados Unidos foi detetado a meados de janeiro. “É uma grande, grande diferença. Esse pequeno momento de tempo, apanhando essa fase de crescimento, é incrivelmente crítica para reduzir o número de mortes”, disse Jeffrey Shaman, epidiomologista da Universidade Columbia e líder da equipa investigadora, citado pelo New York Times

 “Nada está encerrado, a vida e a economia continuam”, publicou no Twitter Donald Trump, Presidente dos Estados Unidos, no dia 9 de março. “Neste momento estão confirmados 546 casos de coronavírus, com 22 mortes. Pensem nisso!”. 

Em resposta ao estudo da universidade norte-americana, ao Washington Post, a Casa Branca afirmou que a “corajosa liderança” de Trump salvou vidas. “O que teria salvado vidas teria sido se a China tivesse sido transparente e a Organização Mundial de Saúde tivesse cumprido a sua missão”, disse em comunicado ao Washington Post o porta-voz da Casa Branca, Judd Deere.