Os receios e indecisões em torno da reabertura das creches, a 18 de maio, têm-se tornado cada vez maiores principalmente para os educadores. As normas da Direção-Geral de Saúde (DGS) já foram divulgadas, com o objetivo de facilitar o regresso das crianças, mas há quem peça, desde já, que não se afaste o amor.
Ao SOL, Sofia Pires, educadora de infância em Oliveira do Hospital, diz ser totalmente impraticável aplicar o distanciamento social na faixa etária até aos três anos e relembra que o desenvolvimento das crianças é feito através do afeto e da partilha. «O regresso amedronta-nos. Por mais que estejamos dispostos a cumprir as normas estabelecidas, o trabalho numa creche é muito baseado nos afetos. Andamos uma vida inteira a trabalhar imensamente a parte do amor, que não existe sem contacto. Não há amor só com os olhos. E não peçam para afastar o amor. O amor é ao colo, aos beijinhos. É impossível promover o distanciamento entre o educador e as crianças. Entre as crianças é completamente impraticável», sublinhou, contando que é educadora há 35 anos e que o que também a preocupa é a obrigatoriedade da utilização de máscaras por parte dos educadores.