Jerónimo Martins corta dividendos em 40% devido à incerteza em relação ao futuro

Jerónimo Martins corta dividendos em 40% devido à incerteza em relação ao futuro


Lucro da Jerónimo Martins recuou 43,8% no primeiro trimestre de 2020, face ao período homólogo, para 35 milhões de euros. Conselho de Administração corta dividendos, mas compromete-se a compensar acionistas caso a crise seja ultrapassada até ao final do ano.


A administração do Grupo Jerónimo Martins reviu em baixa a proposta de pagamento de dividendos relativos a 2019 e vai agora propor o pagamento de 0,207 euros brutos por ação em vez dos anteriores 0,345 euros. Este corte corresponde à diminuição dos dividendos em 40%.

Em comunicado enviado à comissão de Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM), a dona do Pingo Doce adianta que, "dado o atual contexto mundial e a elevada incerteza prevalecente, o Conselho de Administração decidiu propor na assembleia-geral, a realizar em 25 de junho, a distribuição, para já, de dividendos no montante de 130,1 milhões de euros, revendo a distribuição de 216,8 milhões de euros anunciada a 20 de fevereiro de 2020". Esta proposta prevê a distribuição de dividendos que correspondem a 30% dos lucros de 2019, ao invés dos 50% previamente anunciados.

"O Conselho de Administração de Jerónimo Martins congratula-se com a resiliência e capacidade de resposta demonstradas pelas insígnias do grupo num contexto adverso e marcado por elevada incerteza e dinamismo. No entanto, reconhece a insuficiência da informação atualmente disponível para identificar e avaliar de forma rigorosa todos os fatores com impacto potencial na atividade no futuro próximo", refere o grupo, sobre a proposta de dividendos. 

O Conselho de Administração deixa, porém, a possibilidade de compensar os acionistas até ao final do ano, caso a crise seja ultrapassada. No comunicado, a Jerónimo Martins "não exclui a possibilidade de vir a propor, com base nas reservas livres da sociedade, a distribuição, até ao final do ano, do valor da diferença para o ‘payout' de 50% inicialmente previsto, se a evolução da situação epidemiológica e os seus impactos o permitirem".

O lucro do grupo liderado por Pedro Soares dos Santos recuou 43,8% no primeiro trimestre, face ao período homólogo de 2019, para 35 milhões de euros.