Comissão Europeia. “Portugal entra nesta crise com uma economia mais resiliente”

Comissão Europeia. “Portugal entra nesta crise com uma economia mais resiliente”


Apesar da economia “mais resiliente”, responsável da Comissão Europeia diz que Portugal “não escapa ao restante panorama” de recessão dos países da zona euro e da UE, e admite que Bruxelas prevê uma “situação complicada” no país.


O vice-presidente da Comissão Europeia Valdis Dombrovskis considerou, numa entrevista à agência Lusa, que Portugal entra na recessão gerada pela pandemia de covid-19 com uma "economia mais resiliente" face à anterior crise financeira.

“É possível dizer que Portugal entra nesta crise com uma economia mais resiliente do que antes", disse, recordando que as reformas estruturais após a crise de 2009 "ajudaram a aumentar a resiliência da economia portuguesa e a sua competitividade".

"Em termos das políticas orçamentais, Portugal era um dos países mais endividados e foi capaz de reduzir substancialmente a sua dívida nos anos de crescimento económico o que, infelizmente, não aconteceu em todos os países endividados", afirmou Valdis Dombrovskis em declarações à agência noticiosa, em Bruxelas.

Contudo, o responsável diz que Portugal "não escapa ao restante panorama" de recessão dos países da zona euro e da UE, e admite que Bruxelas prevê uma "situação complicada" no país. De forma a evitar consequências graves, Valdis Dombrovskis encoraja “Portugal a fazer uso dos instrumentos europeus” que estão a ser disponibilizados, como é o caso do programa comunitário ‘Sure’, que tem o objetivo de salvaguardar postos de trabalho através de esquemas de desemprego temporário, as linhas de crédito do Mecanismo Europeu de Estabilidade, o fundo de resgate permanente da zona euro e as operações de emergência para garantir liquidez aplicadas pelo Banco Central Europeu (BCE).

"De acordo com a informação de que disponho, Portugal poderá realocar entre dois a três mil milhões de euros de verbas da coesão para responder à crise, para aplicar na resposta sanitária, mas também económica, ao nível das pequenas e médias empresas e dos esquemas de desemprego temporários e outras medidas possíveis", disse.