Nos últimos dias foram incluídos mais 500 óbitos no sistema nacional de vigilância de mortalidade (EVM), mortes que tiveram lugar nas últimas semanas mas não tinham sido registadas na plataforma usada pelos investigadores para estimar o excesso de mortalidade. Sabe-se agora que o dia 4 de abril registou um pico de 422 mortes, quando na semana passada o EVM indicava 373 óbitos. Foi o 2.º dia desde o início do ano com mais mortes no país, tendo sido reportadas nesta data 29 mortes causadas pela covid-19.
O carregamento de novos dados na plataforma de vigilância de mortalidade foi notado pelo investigador Pedro Almeida Vieira, que tem vindo a acompanhar a evolução da mortalidade no país. “Se se excluir as mortes oficiais por covid neste período (854 óbitos até 23 de Abril), mesmo assim o excesso de mortes em relação à média é muito grande: 1.336 óbitos, o que representa um acréscimo de cerca de 33 óbitos diários não explicados pela covid”, alertou nas redes sociais.
Questionada pelo i, a Direção Geral da Saúde esclareceu que “os números de óbitos no EVM estão em permanente atualização uma vez que são diretamente originados no SICO.” Sobre o aumento da mortalidade nas últimas semanas, a DGS indica que foi estimado um incremento de 1331 óbitos (+17%), que se reduz para 598 com a remoção dos óbitos por covid-19. A DGS refere desde dia 22 o incremento da mortalidade “é praticamente atribuível ao efeito das mortes associadas a covid-19”. Quanto às causas de morte que mais subiram, a DGS indica que a análise está a ser feita: “Tem sido feito um apelo pela própria DGS para que pessoas com doenças crónicas não deixem de procurar os cuidados médicos de que necessitam para se manterem controlados. A DGS está a preparar uma campanha de comunicação nesse mesmo sentido”, indicou fonte oficial.
{relacionados}