O Lisboa Capital República Popular, cujo nome se inspira no pregão agitador usado pelos ardinas antes de Abril de 1974, foi fundado em 2009 pela sala de espetáculos Musicbox com o objectivo de assinalar o aniversário da Revolução dos Cravos e os seus valores, num acontecimento multidisciplinar na forma de festival e jornal, onde músicos, escritores, artistas visuais, jornalistas, performers e outros são desafiados a intervir sobre os temas da liberdade, democracia, solidariedade e igualdade.
Em 2020, o pregão Lisboa Capital República Popular sai à rua de maneira diferente. Remetidos ao confinamento social obrigatório, é no espaço virtual que o uníssono deste diálogo intermitente vai ecoar para uma homenagem a José Mário Branco, que faleceu a 19 de novembro de 2019, na música e no pensamento no primeiro 25 de Abril celebrado sem a sua presença.
Com este repto, as canções de José Mário Branco são revisitadas por Fado Bicha, Lavoisier, Luís Severo, Marinho, Mr. Gallini e Selma Uamusse. As suas ideias, tanto inquietas quanto esperançosas, foram o mote para o jornalista Gonçalo Frota, o A&R e especialista em música Rui Portulez, a poeta Inês Francisco Jacob, os ilustradores Mantraste e Aline Lemos, o projecto Pop'lar e Alexandre Cortez, José Anjos, Luís Bastos e Paula Cortes, do grupo Lisbon Poetry Orchestra, imaginarem utopias na distopia e darem-lhes corpo através da prosa, da poesia e da ilustração.
Todas as intervenções serão divulgadas ao longo do dia 25 de Abril no Instagram, Facebook e website do Musicbox.
A primeira edição deste projecto consagrou-se com a presença de José Mário Branco numa histórica participação que juntou ainda Camané e Dead Combo.